terça-feira, 7 de julho de 2015

Coaf diz que informou à Lava Jato movimentação suspeita de R$ 51,9 bi

O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (7), em depoimento à CPI da Petrobras, que desde a deflagração da Operação Lava Jato o órgão enviou à Polícia Federal 267 relatórios com detalhes sobre movimentações suspeitas que totalizam R$ 51,9 bilhões. Segundo ele, foram citadas 27.579 pessoas físicas e jurídicas nessas comunicações à PF.

O presidente do Coaf destacou, porém, que o fato de as operações serem suspeitas não significa que sejam irregulares e que nem todas as pessoas citadas estão, de fato, envolvidas no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. O envolvimento dos suspeitos e as possíveis ilegalidades cometidas precisam ser comprovadas pela polícia e o Ministério Público Federal.
“A cada comunicação é atribuído um valor pelo comunicante. Das comunicações envolvidas nos 267 relatórios há 8.918 operações financeiras, relacionando  27.579 pessoas, num valor de R$ 51,9 bilhões”, relatou Antônio Rodrigues à comissão parlamentar de inquérito criada para apurar o esquema de pagamento de propina na Petrobras.
O presidente do Coaf informou ainda que a primeira atuação do órgão de controle financeiro nas denúncias apuradas pela Operação Lava Jato ocorreu em 2011, três anos antes de a Polícia Federal deflagrar a investigação. 

“Essa atuação se dá a partir do encaminhamento de um relatório para Polícia Federal e Ministério Público Federal e indicava movimentações suspeitas de postos de gasolina e de algumas empresas, com repasses ao exterior. A partir desse relatório, a polícia iniciou as investigações”, disse.
Ele destacou que o Coaf atua como órgão de inteligência e tem o papel de analisar comunicações de transações suspeitas enviadas pelos bancos, para verificar se há ou não verdadeiros indícios de irregularidades. “O Coaf não tem poder de requisitar informações. Seu trabalho é em cima das comunicações suspeitas. A partir da análise, ele produz relatório e encaminha para as autoridades.”
Segundo Antônio Rodrigues, desde o início da Operação Lava Jato, Polícia Federal e Coaf têm atuado em conjunto na identificação de suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

“A partir do momento em que a PF vai identificando novos alvos, ela encaminha para o Coaf. E nós pesquisamos nas nossas bases de dados se existem registros dessa pessoa. Às vezes encontramos relação dessas pessoas com outras pessoas e empresas. O Coaf em si não investiga. O papel principal é alertar para as situações que vão ocorrendo”, explicou.

Fonte: G1

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