Este ano, em virtude da pandemia, competição aconteceu em formato virtual
Estudantes da rede estadual de ensino
de Alagoas conquistaram 81 medalhas na edição 2020 da Olimpíada
Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e Mostra Brasileira de
Foguetes
Cortesia
Texto de Ana Paula Lins
Estudantes
da rede estadual de ensino de Alagoas conquistaram 81 medalhas na
edição 2020 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e
Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). Este ano, em virtude das
limitações impostas pela pandemia, a OBA foi realizada em formato
virtual, enquanto a MOBFOG teve tanto o formato presencial (mantendo os
cuidados necessários) como também uma edição on-line, onde o estudante
projetava um foguete a partir de um software específico.
Na
OBA, a rede estadual alagoana somou 71 medalhas – das quais 11 ouros,
15 pratas e 45 bronzes. Destaque para o Colégio Tiradentes - Unidade
Agreste (Arapiraca), com 53 medalhas, seguido pelas escolas estaduais
Remi Lima, de Maceió (7 medalhas); Nova Jersey, de Palmeira dos Índios
(3 medalhas); Fernandes Lima, de Maceió (3 medalhas); Laura Chagas, de
Santana do Ipanema (2 medalhas); Egídio Barbosa (Palmeira dos Índios),
Mileno Ferreira (Santana do Ipanema) e Costa Rego (Arapiraca), cada uma
com uma medalha conquistada.
Já
na MOBFOG, foram dez medalhas, das quais três ouros, três pratas e
quatro bronzes. Destaque para as escolas estaduais Remi Lima, com três
medalhas, Manoel de Matos (Santana do Mundaú), Graciliano Ramos
(Palmeira dos Índios) e Dom Otávio Barbosa Aguiar (Maceió), cada uma com
duas e Irene Garrido (Maceió), com uma medalha.
Resultado histórico -
Com 53 medalhistas na competição, o Colégio Tiradentes – Unidade
Agreste tem muito o que comemorar. Com uma adesão em massa dos
estudantes à competição, o resultado premia o trabalho de todos os
educadores envolvidos, entre eles o professor Thierry Oliveira.
“Mesmo
em um ano atípico, como 2020, conseguimos realizar todas as olimpíadas
dentro do calendário, dentre as quais, a OBA e a Olimpíada Nacional de
Ciências. A importância da OBA vai além da premiação em si, pois
estimula a busca pelo conhecimento e a descoberta de um mundo diferente.
No CPM Agreste, buscamos sempre estimular o aluno a ir além do que ele
aprende em sala de aula e leve esse conhecimento para a vida”, frisa o
professor.
A
unidade de ensino somou dez medalhas de ouro na competição e, dentre os
que conquistaram a premiação mais cobiçada estão os estudantes Heloísa
Costa, Namur Sebastião da Silva e Rayssa Cardoso de Lima, todos alunos
do 9º ano do ensino fundamental.
“Amo
tudo o que envolve astronomia e astronáutica e me diverti muito
estudando e respondendo às questões. Receber essa medalha é um incentivo
para continuar estudando”, revela Heloísa. “A OBA nos estimula a buscar
mais conhecimento e nos motiva a persistir e vencer desafios. Além
disso, possibilita novas experiências”, avalia Namur. “É uma experiência
única e incrível, que nos possibilita uma aprendizagem além da sala de
aula, revelando um universo imenso e interessante”, resume Rayssa.
Dupla conquista –
A Escola Estadual Remi Lima foi a única a conquistar medalhas tanto na
OBA quanto na MOBFOG, somando dez medalhas nas duas competições – dentre
as quais, três ouros na Mostra de Foguetes. O resultado é fruto de um
planejamento anterior à pandemia e que viu nas olimpíadas a
possibilidade de apresentar novos horizontes aos estudantes.
“Nosso
trabalho é focado no interesse de aprendizagem dos alunos e em mediar
potenciais que esses desconhecem. Por meio das olimpíadas, buscamos
prepará-los para a competitividade que enfrentarão fora da escola”,
observa a coordenadora pedagógica Francirregida Campos
Os
professores Thiago Campos, de ciências, e Adriana Valença, de
geografia, estão entre os que preparam os alunos para as competições,
usando recursos como simulados, lives e redes sociais para engajá-los na
competição.
“Logo
no início do ano, já tínhamos um cronograma de preparação dos alunos.
Com a chegada da pandemia, tivemos que adaptá-lo ao formato virtual”,
recorda Thiago. “Percebemos que podíamos usar a tecnologia a nosso
favor, elaboramos roteiros de aulas,foi criado um grupo de whats
app...diante de um ano tão desafiador, ver o poder de superação de
nossos alunos é gratificante”, declara Adriana.
Paulo
César da Silva Filho e Gabriel Dias da Silva são os alunos que
conseguiram a dupla façanha de conquistar medalhas de bronze na OBA e
ouro na MOBFOG. Eles contam como foi a experiência e destacam o apoio da
escola neste feito.
“A
gente se dedicou bastante, fizemos muitos testes e, no dia do
lançamento, alcançamos a marca. Fiquei muito feliz quando soube da
medalha de ouro”, lembra Paulo César. “Participar da OBA foi uma
experiência incrível. Todos na escola nos apoiaram bastante neste
período de pandemia e foram importantíssimos para essa conquista”,
ressalta Gabriel.
Superação –
Na Escola Estadual Manoel de Matos, a medalha de prata dos estudantes
Saulo Manoel Lourenço e Ariel Gois na MOBFOG foi comemorada por toda a
comunidade escolar, pois é fruto de muita dedicação e superação de
obstáculos.
“Em
um ano com tantos desafios impostos pelo distanciamento social e a
pandemia, conseguimos manter o vínculo com nossos alunos e fazer todas
as inscrições para que os alunos participassem da OBA. Ficamos
imensamente felizes com o resultado”, comemora a diretora Renata
Ferreira.
Responsável
pelo acompanhamento dos estudantes para a competição, o professor
Wesley Martins relembra que foram usados muitos recursos digitais para
preparar os alunos. “Compartilhei com eles vários vídeos sobre a
montagem de diferentes tipos de foguetes e participamos da Semana de
Ciência e Tecnologia onde os alunos criaram foguetes virtuais. Em três
anos de participação na OBA e MOBFOG, essas duas pratas são um feito
inédito e representam o poder de superação da escola. E para os alunos
que ainda não participam dessas ações, é um incentivo”, pontua.
Um
dos medalhistas, Saulo Manoel diz que a medalha é um incentivo para
buscar a autossuperação. “Eu me preparei a partir de projetos passados,
procurei os protótipos e todo esse aprendizado culminou em um lançamento
exitoso. Essa medalha me incentiva a melhorar, enfrentar desafios e
superar a mim mesmo. Agradeço muito ao professor Wesley pela dedicação,
ao meu amigo Ariel e a toda escola”, fala.