terça-feira, 31 de março de 2020

Quarentena é o remédio mais eficaz contra covid-19 hoje, defende infectologista

Fernando Maia, médico integrante do Grupo Técnico de Enfrentamento à doença em Alagoas, reforça a necessidade de isolamento social


"A decisão mais sensata no momento é esperar mais uma ou duas semanas para observar o comportamento da epidemia"
"A decisão mais sensata no momento é esperar mais uma ou duas semanas para observar o comportamento da epidemia" Ascom Helvio Auto
Texto de Agência Alagoas

Por todo o mundo, as evidências, os fatos e os números confirmam: o isolamento social é a maneira mais eficaz de desacelerar a velocidade de contágio em massa pelo covid-19 (novo coronavírus). Somente com medidas restritivas de circulação e confinamento é possível achatar a chamada curva de transmissão, evitar o colapso na rede pública de saúde e, consequentemente, diminuir o número de casos fatais.
Em Alagoas, ao menos por enquanto, a recomendação é a mesma. O Governo do Estado prorrogou o decreto de isolamento social por mais oito dias a partir desta segunda-feira (30). Para o médico Fernando Maia, presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia e integrante do Grupo Técnico de Enfrentamento ao Covid-19 em Alagoas, “a decisão mais sensata no momento é esperar mais uma ou duas semanas para observar o comportamento da epidemia”.
Em entrevista exclusiva, o infectologista reitera a importância da quarentena e dos cuidados com a higiene pessoal, explica porque ainda é cedo para fazer previsões sobre o contágio em Alagoas e não descarta a hipótese de o vírus ter um comportamento diferenciado em localidades de clima mais elevado.
Por que o isolamento social e a quarentena são, em conjunto com os cuidados de higiene pessoal, a maneira mais eficaz de lidar neste momento com o novo coronavírus?
Porque evita as duas principais maneiras de contágio do vírus, que são a respiratória e o contato direto das mãos contaminadas com os olhos, nariz e boca.
Além de seguir as orientações de higiene pessoal e confinamento social, quais são as recomendações para o cidadão diante do discurso que minimiza a letalidade e as devastadoras consequências sociais provocadas por uma epidemia de covid-19?
Nesse momento, a gente precisa ter muita calma. E ler atentamente o que está sendo colocado. Os estudos mostram claramente que o isolamento é necessário e vital para evitar o avanço da epidemia. Agora, há a discussão sobre o chamado isolamento horizontal – que é quando você coloca todo mundo isolado –, que na prática é muito difícil de ser efetivado, a não ser quando se usa a força do Estado para obrigar as pessoas a ficarem em casa. Ou o isolamento vertical que, se for bem feito e bem orientado, funciona bem também. Há exemplos de países do mundo que adotaram o isolamento vertical. É o caso do Japão, de Israel e da Coreia do Sul. Por lá, deu certo. Mas como deu certo? Eles testaram muita gente. A gente não conseguiu e nem vai conseguir fazer isso aqui no Brasil. Então, adotar o modo de isolamento vertical, no meu entendimento, vai ser muito difícil.
Mas a recomendação é para prorrogação do decreto ou já se estuda flexibilizá-lo?
Pra já, devem ser feitas as duas coisas. Inicialmente o decreto de isolamento deve ser prorrogado. E deve começar a ser flexibilizado para o setor privado. Não se deve abrir de uma vez para todo mundo, e sim aos poucos. O grande mistério é a gente saber quando dá pra fazer isso. Como é uma epidemia de uma doença respiratória causada por um vírus novo, tudo é muito dinâmico, tudo muda de um dia para o outro. A gente tem algumas expectativas em relação ao vírus. Aqui no Nordeste, provavelmente o número de casos deve aumentar agora entre abril e maio, que é a época de nossas viroses respiratórias de sempre. O coronavírus é mais uma que vai chegar aí pelo meio de campo. Mas a gente não sabe se vão ser muitos casos, poucos casos ou milhares de casos. A gente não sabe. Temos que estar preparados para todos os cenários que vêm por aí. E a partir dessa observação, a gente vai analisar e saber se é possível tirar a quarentena – ao menos parcialmente – ou se vamos esperar mais algum tempo. Não temos essa resposta ainda.
Como o senhor avalia as posturas e as atitudes contrárias às recomendações de quarentena?
É uma situação muito delicada, muito difícil. 40% da população brasileira trabalham de forma autônoma, não têm renda fixa e nem seguridade social. Numa situação assim, em que fica tudo parado, realmente é muito complicado. Se você deixa as pessoas em casa para não morrer do coronavírus, elas morrem de fome ou de outra coisa. Se você deixa ir para a rua para trabalhar, corre o risco de pegar coronavírus de forma grave. Realmente, é uma situação muito difícil de decidir. Qualquer decisão tem pontos positivos e pontos negativos. Cabe analisar e pesar o que tem sido feito pelo mundo. Nós temos certa vantagem nesse aspecto porque a nossa epidemia está começando agora. Nós já sabemos o que aconteceu na China, na Itália, na Espanha, na Austrália e em outros países. A gente mais ou menos sabe como o vírus se comportou por lá. A gente pode fazer alguma estimativa por aqui. Podemos copiar coisas que deram certo em alguns lugares e não copiar o que deu errado. Mas como é um vírus e um vírus mutante – há inclusive evidência que ele sofreu novas mutações nesse período –, não temos certeza de nada. Sem dúvida, é uma decisão muito difícil para quem está em qualquer esfera governamental porque é decidir sobre algo ainda desconhecido. A medida mais sensata é esperar mais uma semana ou duas semanas para a gente observar o comportamento da epidemia. O momento pede cautela.  
Então ainda é cedo para afirmar se iremos nos deparar com um cenário tão dramático vemos na Espanha, na Itália e no Irã e em outros países?
Exatamente. A gente não sabe como o vírus vai se comportar por aqui. Até agora, temos vistos muitos casos com morte, mas todos em locais com clima mais frio que o nosso. A temperatura média na Itália, na França e na Espanha fica entre 8°C e 15°C. Aqui faz 30°C na sombra. O que a gente sabe sobre outros vírus respiratórios é que eles não costumam causar tantos casos por aqui porque a temperatura não é favorável ao vírus. A gente espera e está torcendo para que o comportamento do coronavírus seja parecido. Novamente, é importante dizer: é um vírus novo. A gente não conhece o comportamento dele ainda. Pode ser que ele surpreenda desfavoravelmente. Pode ser que tenhamos muitos casos e até estado de calamidade. Não dá para fazer essa previsão ainda. Os casos estão apenas começando por aqui. Só com o tempo, a partir da observação da dinâmica da epidemia, é que poderemos saber com mais certeza.
O senhor integra o chamado Grupo Técnico de Enfrentamento ao Covid-19 em Alagoas, composto por médicos e infectologistas que atuam na rede estadual e privada. Quais os objetivos e como ocorre a atuação?

Sim, eu faço parte do grupo, que serve para dar suporte técnico-científico em relação ao vírus para as autoridades de saúde do Estado e para o governador, que é quem tem o poder de decidir sobre essa questão. O objetivo é fornecer assessoramento ao governador para que ele possa tomar as medidas baseado na melhor informação possível.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Governo suspende eventos, viagens de servidores e adota teletrabalho para idosos

Em entrevista à imprensa, governador Renan Filho adiantou série de medidas para conter avanço do coronavírus em Alagoas


Medidas foram antecipadas pelo governador e serão oficializadas em decreto estadual
Medidas foram antecipadas pelo governador e serão oficializadas em decreto estadual Márcio Ferreira

 
Texto de Luciana Buarque

Atualizada às 11:26
O governador Renan Filho anunciou, nesta segunda-feira (16), uma série de medidas para conter a propagação do coronavírus em Alagoas, como a instituição de teletrabalho para os servidores públicos estaduais com mais de 60 anos de idade. Serão suspensos todos os eventos com público acima de 500 pessoas, além das agendas de inauguração de obras e assinaturas de ordens de serviço do Governo do Estado. O governador recomendou que a iniciativa privada e as prefeituras alagoanas sigam as mesmas diretrizes. As medidas foram definidas durante reunião do Gabinete de Crise da Situação de Emergência (GCSE), no início desta manhã, e serão oficializadas por meio de decreto.


Para evitar a aglomeração de pessoas, os jogos de futebol acontecerão sem público ou serão suspensos por um período. Todos os cruzeiros marítimos que passariam por Alagoas foram restringidos. “Vamos suspender todos os eventos com mais de 500 pessoas, inclusive shows, eventos religiosos e dos setores produtivos, tudo isso para que o pico da pandemia em Alagoas não seja elevado ao ponto de criar dificuldades extremas para o nosso povo e para o sistema de saúde pública”, antecipou Renan Filho à imprensa. “A gente precisa fazer isso. Outros estados já fizeram e nós estamos tomando essas medidas”.


O Estado irá, ainda, determinar quarentena para todos os servidores públicos que estiveram no exterior recentemente. “Vamos recomendar que a iniciativa privada faça o mesmo, se puder, e os municípios também”, disse o governador, destacando que o teletrabalho para pessoas acima de 60 anos protege o grupo com maior risco de morte pelo Covid-19 e deveria ser instituído pelas empresas privadas.


A partir de agora, os servidores estaduais serão impedidos de viajar, a trabalho, ao exterior e para viajar em território nacional vão precisar de autorização expressa do Gabinete Civil. “E será uma viagem checada, com nível de prioridade máximo, porque nosso intuito é fechar as barreiras. Vamos impedir o contato com estados que têm surto evoluído”, explicou o governador.


A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) irá solicitar ao Ministério da Saúde a realização de testes para o vírus em Alagoas, a fim de obter resultados mais rapidamente. 


Desoneração de álcool em gel e máscaras – Renan Filho anunciou que o Estado editará um decreto para desonerar álcool em gel e máscaras cirúrgicas de impostos, para que sejam vendidos por preços mais baixos à população. O Procon Alagoas fiscalizará a execução dos valores dos produtos nas lojas.


Suspensão de aulas – Está sob análise a possibilidade de suspensão de aulas nas redes estadual e privada de ensino. “Como Alagoas ainda não tem o contágio local, ainda estamos avaliando. Mas agora me reúno novamente com o Gabinete de Crise e oficializaremos essas medidas ao longo do dia”, afirmou Renan Filho.


Preparação em Alagoas – “Um dos problemas do coronavírus é o impacto que ele traz à economia e a capacidade dos Estados de responderem aos problemas. Aqui em Alagoas estamos com as finanças em ordem e com capacidade de dar repostas imediatas”, disse Renan Filho, referindo-se ao repasse de R$ 20 milhões adicionais à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e à abertura de 105 novos leitos de UTI a fim de preparar Alagoas para o caso de agravamento do surto. “Isso [os R$ 20 milhões] é igual ao que Estados bem maiores anunciaram”.


O governador destacou que o momento requer um esforço coletivo para conter a propagação do coronavírus, principalmente com o engajamento da população. “É óbvio que vamos precisar do apoio de todo mundo, das prefeituras, do governo federal e, especialmente, do cidadão, que precisa modificar a sua rotina de vida para que a gente não tenha a propagação ampla desse surto”, finalizou.

domingo, 15 de março de 2020

São falsas as notícias de suspensão do expediente em órgãos estaduais

Governo do Estado ressalta que todas as medidas necessárias estão sendo adotadas para preservar a saúde dos alagoanos



Busca por informações sobre coronavírus em Alagoas deve ser feita por meio dos canais oficiais
Busca por informações sobre coronavírus em Alagoas deve ser feita por meio dos canais oficiais MS

Texto de Agência Alagoas

São falsas as informações sobre decretos suspendendo o expediente de órgãos públicos estaduais, assim como das redes pública e particular de ensino e do comércio para evitar a propagação do novo coronavírus.
“Fake news” como essas têm circulado e gerado dúvidas e preocupação. O Governo do Estado ressalta que todas as medidas necessárias estão sendo adotadas para preservar a saúde dos alagoanos e que o Gabinete de Crise da Situação de Emergência (GCSE) para o combate ao coronavírus (Covid-19) se reúne diariamente para avaliar a situação e determinar a adoção de medidas necessárias.
A Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) orienta que a busca por informações sobre a situação do novo coronavírus em Alagoas deve ser feita por meio dos canais oficiais: Agência Alagoas e site da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

sábado, 14 de março de 2020

Balanço do Ministério da Saúde aponta redução de casos suspeitos para Covid-19 em Alagoas

Texto de Ascom Sesau



A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa, neste sábado (14), que após a divulgação do último balanço atualizado do Ministério da Saúde Alagoas segue com apenas um caso de Covid-19 confirmado.

Até a última sexta-feira (13), dez casos estavam em suspeita para Covid-19. No entanto, na atualização do Ministério da Saúde deste sábado, os casos em investigação para o novo Coronavírus caíram para seis.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, sete casos foram descartados em Alagoas para Covid-19.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Governador cria Gabinete de Crise e anuncia R$ 20 milhões para combater coronavírus

Em entrevista coletiva, Renan Filho apresentou outras medidas preventivas e acessórias, como a disponibilização de 105 novos leitos de UTI


Durante a entrevista, Renan Filho apresentou medidas preventivas e acessórias
Durante a entrevista, Renan Filho apresentou medidas preventivas e acessórias Márcio Ferreira
 
 
Texto de Severino Carvalho


O governador Renan Filho anunciou, na manhã desta sexta-feira (13), durante entrevista coletiva no Palácio República dos Palmares, a criação, por meio de decreto, do Gabinete de Crise da Situação de Emergência (GCSE) para o combate ao coronavírus (Covid-19) no estado de Alagoas. Ele apresentou uma série de outras medidas acessórias e preventivas, além de destinar R$ 20 milhões à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Estamos disponibilizando os recursos necessários para medidas que acontecerão nos próximos meses”, informou o governador.


Ao apresentar os números em Alagoas, que registra apenas um caso confirmado para Covid-19, Renan Filho ressaltou que não há motivos para pânico. Ele garantiu que o Estado está preparado para o enfrentamento ao coronavírus, mas que será necessário a participação de todos, principalmente da imprensa.


“Tivemos 20 casos suspeitos, dos quais um foi confirmado. Trata-se de um caso importado, vindo de um alagoano que esteve recentemente na Itália e encontra-se em isolamento domiciliar, sendo tratado. Ele não apresenta, nesse momento, risco de morte. Dos outros 19 casos, nove foram descartados para coronavírus, portanto, temos 10 casos em análise, cujas amostras foram enviadas a São Paulo e estamos aguardando os resultados”, citou o governador.
Márcio Ferreira


Durante a coletiva, o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, ressaltou que Alagoas está tomando todas as medidas preventivas necessárias desde o aparecimento do vírus na China.


"Eu quero reiterar o que eu disse a vocês na última entrevista coletiva: o Estado tomou as medidas preventivas desde o aparecimento do vírus na China. Nós montamos um grupo de trabalho, capacitamos nossos profissionais e dialogamos com a rede. Isso porque sabíamos que, diante da facilidade da globalização existente e da facilidade de circulação das pessoas, esse vírus ia chegar ao Brasil e consequentemente em Alagoas", disse Alexandre Ayres.


A primeira reunião do Gabinete de Crise ocorreu logo após a entrevista coletiva, sob a coordenação do secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias. O GCSE tem como objetivos propor, acompanhar e articular medidas de preparação e de enfrentamento às emergências em saúde pública em Alagoas decorrentes do coronavírus; propor e acompanhar a alocação de recursos orçamentário-financeiros para execução das medidas necessárias em casos de emergência, dentre outros.


“Já temos hoje a estruturação para oferecer, em caso de necessidade e de maneira preventiva, 105 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que serão distribuídos entre a rede hospitalar do Estado, filantrópica e privada”, anunciou Renan Filho durante a entrevista coletiva, que contou, ainda, com a participação do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres; do Gabinete Civil, Fábio Farias; e do reitor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde do Estado de Alagoas (Uncisal), Henrique de Oliveira.


O GCSE se reunirá ordinariamente no Palácio República dos Palmares e encaminhará relatório circunstanciado ao governador de Alagoas por meio do Gabinete Civil e da Controladoria Geral do Estado (CGE).


Outra ação anunciada pelo governador foi o envio de duas equipes de saúde ao cruzeiro que aportou em Maceió nesta sexta-feira (13), vindo do Rio de Janeiro. Renan Filho observou que, apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter informado que não há relatos de nenhum caso suspeito de coronavírus no navio, a medida tem caráter preventivo. Três ambulâncias também foram disponibilizadas para realizar, se necessário, o transporte de algum turista que, porventura, apresente sintomas da doença.


Como medida acessória, o Governo do Estado determinou a suspensão dos passeios turísticos que seriam realizados, exclusivamente, pelos passageiros do cruzeiro a outras cidades e destinos dentro do estado. As mesmas ações serão mantidas para o navio que chega a Maceió no próximo dia 23.


“Estamos prontos para o enfrentamento, mas precisaremos da participação e da colaboração de todos, com prevenção, serenidade e a divulgação de informações corretas. O Estado fará um esforço no sentido da comunicação oficial, tanto na televisão, quanto no rádio, como nas redes sociais. Faremos uma comunicação de massa em pontos de alto fluxo: no Aeroporto Zumbi dos Palmares, na Rodoviária da capital e nos grandes centros comerciais de Alagoas para que a gente informe as pessoas da maneira correta”, finalizou.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Governo de Alagoas quer elevar a 30 o número de Cisps construídos até o final de 2020

Em Maribondo, Renan Filho inaugurou o 24° Centro Integrado de Segurança Pública de Alagoas e entregou vias urbanas pavimentadas


Em Maribondo, Renan Filho inaugurou o 24° Centro Integrado de Segurança Pública de Alagoas
Em Maribondo, Renan Filho inaugurou o 24° Centro Integrado de Segurança Pública de Alagoas Márcio Ferreira

 
Texto de Severino Carvalho

Maribondo, a 89 km de Maceió, no Agreste alagoano, recebeu benfeitorias nas áreas da Segurança Pública e Infraestrutura. O governador Renan Filho inaugurou, na manhã desta quinta-feira (12), o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) e entregou 6,5 km de vias urbanas asfaltadas dentro da cidade.



O Cisp de Maribondo foi 24° entregue pelo Governo do Estado desde 2016. Trata-se da primeira unidade inaugurada em 2020. Segundo o governador, a meta é elevar para 30 o número de Centros Integrados construídos em Alagoas até o fim deste ano.



"Além dessa entrega de hoje, estamos com as obras do Cisp de Coruripe avançadas; vamos, ainda, dá ordem de serviço do Cisp de Rio Largo em breve. Espero, até o final do Governo, construir Centros Integrados em todas as cidades que têm o perfil para recebê-los, ou seja, em aproximadamente 50 cidades. São aquelas com mais de 20 mil habitantes ou que estejam geograficamente bem localizadas, a exemplo de Maribondo, que fica à margem da BR-316", explicou Renan Filho.
 Márcio Ferreira
O Governo do Estado investiu R$ 1,8 milhão na construção do Cisp de Maribondo. As instalações modernas oferecem maior conforto aos policias civis e militares, que passam a trabalhar juntos e de forma integrada no combate ao crime em Maribondo e região.



"O Cisp traz ao município um reforço no efetivo da Polícia Militar, que a partir de hoje opera com três caminhonetes na parte ostensiva; um fortalecimento da Polícia Judiciária, que começa a funcionar com registro de Boletim de Ocorrência 24 horas. Além de tudo, essa estrutura representa um resgate da dignidade dos servidores da Segurança Pública, que contam com condições dignas para desempenhar um bom trabalho", observou o secretário de Estado da Segurança Pública, Lima Júnior.

Maribondo foi contemplado, ainda, com o Programa Força Tarefa, que reforça o policiamento ostensivo no município. A PM recebeu três novas viaturas e a Polícia Civil, uma.
Márcio Ferreira

Morador de Maribondo, o agricultor José Alves da Silva, 64 anos, aprovou as mudanças na Segurança Pública.



"A cidade estava precisando mesmo. Aqui só tinham três policiais. Saíam dois e um ficava. Não dava conta do serviço, agora tá diferente", observou José Alves, que assistia à solenidade.



Vias urbanas
 Márcio Ferreira


Em mais uma ação do Pró-Estrada, foram inaugurados, em Maribondo, 6,5 km de vias urbanas. O Programa é desenvolvido pela Secretaria de Estado do Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) e já beneficia cerca de 95 municípios em Alagoas.

"Por onde o Pró-Estrada passa, seja dentro das cidades ou nas rodovias, modifica totalmente a paisagem para melhor. Aproveito para dizer que aqui, na região, o Programa já esteve presente em praticamente todas as cidades, a exemplo de Belém, Tanque D'Árca, Anadia, Palmeira dos Índios e Arapiraca", pontuou o secretário de Estado do Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral.



A Rua Nossa Senhora de Fátima, no Centro de Maribondo, é uma das vias contempladas pelo Pró-Estrada. É lá que mora a professora aposentada Socorro Alcântara.

"Ficou ótimo, porque essa rua era muito cheia de buraco. Depois desse asfalto ficou joia", atestou Socorro.


Compareceram, ainda, a solenidade o comandante-geral da PM, coronel Marcos Sampaio; do Corpo de Bombeiros, André Madeiro; o diretor-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira; a secretária de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Cecília Rocha; deputados estaduais, prefeitos de municípios da região, vereadores, dentre outras autoridades.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Estado inaugura Cisp e vias urbanas em Maribondo nesta quinta-feira (12)

Será o primeiro Centro Integrado a ser entregue pela SSP em 2020; Alagoas já conta com 23 unidades em funcionamento em todas as regiões


A exemplo do Cisp de Campo Alegre, unidade de Maribondo integrará o trabalho das polícias Civil e Militar
A exemplo do Cisp de Campo Alegre, unidade de Maribondo integrará o trabalho das polícias Civil e Militar Márcio Ferreira

 
Texto de Vinícius Teodósio

O Agreste alagoano ficará mais seguro com a inauguração do 24º Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). O governador Renan Filho e o secretário de Estado da Segurança Pública, Lima Júnior, entregarão o equipamento nesta quinta-feira (12), no município de Maribondo. Ainda durante a solenidade, será inaugurada a pavimentação asfáltica de diversas vias urbanas da cidade.


A unidade vai garantir uma melhoria nos serviços prestados à população, com a integração das polícias Civil e Militar e a chegada do Programa Força Tarefa. Os policiais também serão beneficiados com melhores condições de trabalho, que facilitam o combate ao crime na região.


Este será o primeiro Cisp a ser entregue em 2020. Para a sua construção, foi investido R$1.831.804,72, recursos do Tesouro Estadual. A próxima cidade a ser contemplada com os equipamentos de segurança será Coruripe, que já está com as obras em andamento.
Em Alagoas, já estão em funcionamento os Cisps de Boca da Mata, Murici, São José da Laje, São José Tapera, Girau do Ponciano, Ouro Branco, Cajueiro, Igaci, Viçosa, São Luís do Quitunde, Junqueiro, Pão de Açúcar, São Miguel dos Milagres, Mata Grande, Batalha, Major Isidoro, Messias, Teotônio Vilela, Campo Alegre, Pilar, São Sebastião, Taquarana e Marechal Deodoro.


Vias urbanas 


A solenidade em Maribondo marca, ainda, a inauguração de diversas vias urbanas, que juntas somam 6,3 quilômetros de extensão. Pavimentadas, garantem mais segurança viária e qualidade de vida aos moradores da cidade. As obras beneficiam os mais de 13 mil habitantes da cidade.


Os serviços foram executados pela Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand), por meio do programa Pró-Estrada, que desde 2016 promove a reestruturação asfáltica de rodovias, vias urbanas e acessos em todo o Estado, elevando o padrão da malha viária estadual alagoana.


O programa já alcançou até o momento cerca de 90 municípios e garantiu a Alagoas o primeiro lugar no ranking das melhores rodovias do Brasil, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT).


Serviço: 
Inauguração do Centro Integrado de Segurança Pública e de vias urbanas em Maribondo
Data: 12 de março (quinta-feira)
Horário: 10h
Local: Avenida Senador Arnon de Melo, s/n, Maribondo.

terça-feira, 10 de março de 2020

Pró-estrada já pavimentou mais de 500 Km de vias urbanas

Governador Renan Filho e secretário Mosart Amaral inauguraram, nesta terça-feira (10), mais uma etapa do Programa, agora no município de Batalha


Governador Renan Filho e secretário Mosart Amaral inauguraram mais uma etapa do Programa, agora no município de Batalha
Governador Renan Filho e secretário Mosart Amaral inauguraram mais uma etapa do Programa, agora no município de Batalha Márcio Ferreira
 
 
Texto de Severino Carvalho

O governador Renan Filho e o secretário de Estado do Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral, inauguraram, na manhã desta terça-feira (10), os 9,6 quilômetros de vias urbanas asfaltadas no município de Batalha, na Bacia Leiteira, Sertão alagoano. Os serviços foram executados por meio do Programa Pró-Estrada, que já totaliza mais de 500 km de vias urbanas pavimentadas.


"O Pró-Estrada já alcança em torno de 90% dos municípios alagoanos. Estou falando das áreas urbanas. Nós já pavimentamos mais de 500 km, o equivalente à distância entre Maceió e Salvador, na Bahia. Por aí você nota a grandiosidade desse programa. Isso sem contar as estradas. Alagoas é hoje o Estado com a melhor malha viária do país, segundo a Confederação Nacional dos Transportes", citou Mosart Amaral.
Governador Renan Filho e secretário Mosart Amaral inauguraram mais uma etapa do Programa, agora no município de Batalha (Márcio Ferreira)


O governador destacou os investimentos feitos em rodovias em todo o Estado, mas, sobretudo, no Agreste e Sertão de Alagoas. Ele citou, como exemplo, a implantação da estrada de acesso a Belo Monte, que está em fase final de construção e deve ser inaugurada em abril. Tratou também da duplicação da AL-220, entre Maceió e Arapiraca. 

Os serviços avançam em ritmo acelerado.
Ele garantiu que a obra vai chegar a Delmiro Gouveia, cruzando toda a região sertaneja. Uma audiência pública será realizada, em breve, para apresentação e discussão dos dois primeiros projetos que contemplam os trechos da duplicação de Arapiraca a Major Izidoro e deste município a Olho D'água das Flores.


"Essa obra será um divisor de águas para o povo sertanejo, que está sentindo, pela primeira vez, um volume maior de investimentos por meio de novas rodovias, do Hospital Regional, em Delmiro Gouveia; dos Centros Integrados de Segurança Pública (CISPS) e das escolas em tempo integral", pontuou Renan Filho.
Governador Renan Filho e secretário Mosart Amaral inauguraram mais uma etapa do Programa, agora no município de Batalha (Márcio Ferreira)

Abastecimento
Em entrevista coletiva, o governador defendeu o avanço das obras do Canal do Sertão para reforçar o abastecimento da Adutora da Bacia Leiteira.
"Precisamos diminuir o tamanho dos sistemas coletivos, fazendo com que a água saia do Canal do Sertão direto para as cidades. Faremos isso, em breve, em Carneiros, Senador Rui Palmeira e São José da Tapera. Isso facilitará a chegada da água na casa das pessoas", afirmou.


Renan Filho lembrou, ainda, dos investimentos já realizados em obras de abastecimento de água, principalmente na construção de adutoras nos municípios de Inhapi, Minador do Negrão, Estrela de Alagoas, Delmiro, Água Branca, Piranhas, Olho D'água do Casado, Canapi e Mata Grande.


De acordo com ele, mais investimentos serão viabilizados através da concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da região metropolitana de Maceió. Recursos oriundos da compensação financeira, que será feita pela empresa vencedora do leilão, garantirão a execução de mais obras de segurança hídrica.
 Governador Renan Filho e secretário Mosart Amaral inauguraram mais uma etapa do Programa, agora no município de Batalha (Márcio Ferreira)
"Estou muito animado para o ciclo de investimentos que virá. São investimentos em rodovias, em esgotamento sanitário, tanto públicos como privados nessa área que é fundamental para o fortalecimento do turismo; são investimentos em saúde, com a entrega dos maiores hospitais da nossa história; e investimentos em educação. Isso tudo com uma forte estabilidade institucional proporcionada por um Governo que tem uma relação política muito profícua", avaliou Renan Filho.


A prefeita de Batalha, Marina Dantas, e o deputado estadual Paulo Dantas agradeceram os investimentos feitos no município e em toda a região sertaneja pelo Governo do Estado. O secretário de Estado da Assistência Social, Silvio Bulhões, também esteve presente.
"Com o Pró-Estrada mudou tudo: qualidade de vida, as pessoas estão satisfeitas e a cidade mais linda", afirmou a prefeita.


"Alagoas percebe que o Governo do Estado tem feito investimentos em todas as regiões e não é diferente aqui na Bacia Leiteira, que tem, também, recebido grandes obras", destacou o deputado.


A solenidade de inauguração das vias urbanas do Pró-Estada foi realizada, em Batalha, no Ginásio de Esportes José Dantas Rodrigues. A cerimônia também marcou a entrega de 1.300 cestas nutricionais a famílias em situação de vulnerabilidade social, através do Programa Batalha Feliz. Durante o evento, a prefeita assinou a ordem de serviço para a construção do Complexo Nutricional de Batalha.

Primeiro caso de coronavírus não causa pânico em AL, afirma secretário de Saúde

Alexandre Ayres ressaltou que Alagoas está preparado para atender os casos confirmados


Ayres diz que homem identificado com a doença está em isolamento domiciliar
Ayres diz que homem identificado com a doença está em isolamento domiciliar Carla Cleto

 
Texto de Josenildo Törres

Após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 em Alagoas, o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, tranquilizou a população e assegurou que não há motivos para pânico. O gestor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) enfatizou que o homem identificado com a doença, que esteve em viagem à Itália, está em isolamento domiciliar, com quadro de saúde estável. Ele segue monitorado desde o dia 3 de março pelos técnicos do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).

Alexandre Ayres enfatizou que, mesmo diante da confirmação do caso, por meio de exame realizado no laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, não haverá nenhuma mudança na conduta dos técnicos da Sesau. Ele ressaltou que a Sesau elaborou um Plano de Contingência para Enfrentamento do Coronavírus, seguindo as determinações do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Quero chamar a atenção da população que não há motivos para pânico, uma vez que estamos tratando de uma gripe comum, menos danosa à saúde do que o H1N1 [Influenza]. Quanto à chegada da doença, já era algo esperado, diante do efeito da globalização, mas, adotamos todas as medidas para assegurar que todos que venham a contrair a doença possam ser monitorados, acompanhados e recebam a assistência necessária”, salientou Alexandre Ayres.

O secretário de Estado da Saúde recomendou que só devem procurar um serviço de saúde, as pessoas com sintomas da doença e que tiveram contato com alguém doente ou que esteve em viagem a 27 países onde já há circulação do vírus. Além do Brasil, há casos confirmados na Alemanha; Austrália; Canadá; China; Coreia do Norte; Coreia do Sul; Croácia; Dinamarca; Emirados Árabes Unidos; Espanha; Estados Unidos; Finlândia; França; Grécia; Holanda; Indonésia; Irã; Itália; Japão; Malásia; Noruega; Reino Unido; San Marino; Singapura; Suíça; Tailândia; e Vietnã.

Alexandre Ayres ressaltou que o Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA), em Maceió, referência no atendimento a pacientes com doenças infectocontagiosas, não deve ser procurado indiscriminadamente. Isso porque, conforme o titular da pasta da Saúde Alagoas, a unidade só irá receber pacientes que comprovadamente apresentem o coronavírus e que necessitem ficar em isolamento domiciliar, o que não foi o caso do alagoano de 42 anos, diagnosticado com a doença no domingo (8).

“Se alguém se enquadrar no perfil estabelecido pelo Protocolo do Ministério da Saúde, deve procurar um serviço de saúde próximo à sua residência, seja público e privado. Todas as unidades já estão informadas das medidas que devem ser seguidas, sendo a primeira delas, acionar o Cievs da Sesau, que funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia”, esclareceu o secretário de Estado da Saúde. 

Prevenção – Quanto à prevenção, Alexandre Ayres orientou que cada alagoano deve higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel, sempre que necessário, principalmente antes de consumir algum alimento, após tossir ou espirrar. Também é importante utilizar lenço descartável para a higiene nasal, cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, utilizando a dobra do braço, além de evitar tocar com as mãos mucosas de olhos, nariz e boca. 

“Também não se deve compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, evitar contato próximo de pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória, não frequentar locais com aglomerações e ambientes fechados”, recomendou o gestor da saúde estadual.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Saúde entrega mais de 40 equipamentos a hospitais de Piranhas e Delmiro Gouveia

Além de novas camas mecânicas, unidades receberam cadeiras e refrigeradores


Secretário de Ações de Saúde, André Cabral, visitou o Hospital Antenor Serpa, em Delmiro Gouveia
Secretário de Ações de Saúde, André Cabral, visitou o Hospital Antenor Serpa, em Delmiro Gouveia Olival Santos

 
Texto de Fabiano Di Pace

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) renovou parte dos equipamentos dos Hospitais Arnon de Mello e Antenor Serpa, respectivamente em Piranhas e Delmiro Gouveia, municípios localizados no Alto Sertão alagoano. No total, foram entregues 43 novos equipamentos, que irão qualificar, ainda mais, a assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Alto Sertão.


Do total, cada unidade recebeu 20 camas de Fawler mecânicas com colchões e 20 poltronas hospitalares. Também foram entregues três refrigeradores, sendo um para Delmiro Gouveia e dois para Piranhas.
“Com a entrega dos novos equipamentos, estamos modernizando os Hospitais Antenor Serpa e Arnon de Melo, que são referências no atendimento para os moradores do Alto Sertão de Alagoas, contribuindo no processo de regionalização da assistência à saúde para alagoanos”, destacou o secretário de Gestão Interna da Sesau, André Cabral.


Para o gerente de assistência pré-hospitalar da Sesau, Henrique Damasceno, os novos equipamentos aprimoram o atendimento prestado pelas unidades. “Com a renovação dos materiais, os pacientes, profissionais e acompanhantes ganham em conforto e bem estar”, reforçou.


Durante a entrega dos equipamentos, foi realizada uma visita técnica às duas unidades de saúde, onde foram ouvidos os gestores e servidores. Segundo a assessora técnica da gerência hospitalar, Camila Veiga, todas as demandas das unidades serão avaliadas.

“A Sesau está comprometida em assegurar a acessibilidade e resolutividade de todas as unidades de saúde, reforçando o investimento no interior de Alagoas. Com isso, os moradores do Sertão não precisam se deslocar para os grandes centros, quando necessitarem receber assistência médica”, explicou Camila Veiga.

domingo, 8 de março de 2020

Nota informativa: Caso importado de COVID-19 é registrado em Alagoas

Fiocruz encaminhou resultado detectável para coronavírus em homem alagoano
Fiocruz encaminhou resultado detectável para coronavírus em homem alagoano Peter Ilicciev/Fiocruz
 
 
Texto de Ascom Sesau

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que, neste domingo (08/03), a Fundação Oswaldo Cruz, laboratório de referência nacional, encaminhou resultado laboratorial detectável para o novo Coronavírus (nCov-2019) de pessoa residente em Alagoas.
Trata-se de um homem, alagoano, de 42 anos, com histórico de viagem para a Itália, com retorno em 03/03, procurando atendimento em serviço de saúde de Maceió por apresentar sintomas. O caso foi notificado pelo serviço ao CIEVS/AL e vem sendo monitorado pelo CIEVS/Maceió, estando o homem em isolamento domiciliar e estável.


A SESAU/AL reforça a necessidade de buscar atendimento no serviço de saúde mais próximo da residência caso apresente sinais e sintomas característicos, particularmente as pessoas com histórico de viagem recente a um dos países onde foi detectada transmissão local (Alemanha, Austrália, Canadá, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Indonésia, Irã, Itália, Japão, Malásia , Noruega, Reino Unido, San Marino, Singapura, Suíça, Tailândia, Vietnã) ou que tenham tido contato com caso suspeito ou confirmado por COVID-19.


A Sesau alerta também para os seguintes pontos:
• Quando a pessoa apresentar sintomas de gripe ou resfriado e sentir necessidade de atendimento médico deve procurar um serviço de saúde, público ou privado, como o faz rotineiramente;
• A avaliação do médico quanto ao estado da pessoa e a escuta da história de viagem é que vão definir a conduta a ser adotada, inclusive a necessidade da coleta de material para exame de laboratório;
• Nenhuma pessoa deve procurar o LACEN/SESAU para coletar material para exame de laboratório. O LACEN somente atende aos chamados articulados via CIEVS/AL.
• Nenhuma pessoa deve procurar atendimento no Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA). O hospital somente vai atender os casos encaminhados por outros serviços. O hospital é referência para os casos graves.
É necessário também adotar as medidas de precaução e, principalmente, que diante da apresentação de sinais e sintomas sejam evitados locais públicos e a adoção dos seguintes cuidados:
• Higienizar (lavar) as mãos com água e sabão, sempre que necessário, principalmente antes de consumir algum alimento, após tossir ou espirrar (na falta de água e sabão, usar álcool gel);
• Utilizar lenço descartável para a higiene nasal;
• Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, utilizando a dobra do braço (não cobrir com as mãos);
• Evitar tocar com as mãos mucosas de olhos, nariz e boca;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Evitar contato próximo de pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória; 
• Evitar sair de casa em período de alta transmissão de doenças respiratórias, principalmente crianças e idosos;
• Evitar aglomerações e ambientes fechados (manter os ambientes ventilados);
• Seguir as orientações dos profissionais e dos serviços de saúde, para, por exemplo, o afastamento temporário do trabalho ou da escola pelo período indicado;
A Sesau reforça, ainda, o compromisso em manter a população informada e alerta para a ocorrência de possíveis casos suspeitos ou confirmados.

Ocupação hoteleira cresce em Alagoas no 1º bimestre de 2020

Número de leitos preenchidos foi de 86,63% em janeiro e 79,76% no mês de fevereiro, segundo dados da ABIH/AL


Destino Alagoas se consolida na busca dos turistas durante alta temporada
Destino Alagoas se consolida na busca dos turistas durante alta temporada Kaio Fragoso

Texto de Letícia Cardoso

O estado de Alagoas se consolida mais uma vez entre os turistas do Brasil e do mundo na busca de destinos para curtir a alta temporada. No primeiro bimestre de 2020, a ocupação hoteleira foi de 86,63% em janeiro e 79,76% no mês de fevereiro, representando um crescimento de 1,91% e 3%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH/AL).


A média de leitos ocupados é feita com base nos 88 hotéis associados à entidade espalhados pelo estado. Contribuindo para este resultado, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) tem trabalhado no fortalecimento da malha área e na promoção do destino no mercado nacional e internacional, atraindo novos visitantes para conhecer as belezas naturais, o artesanato e apreciar a gastronomia local.


“Este foi um ano de desafios para nós que fazemos parte do turismo. Vencer todos eles, consolidar o destino na busca dos visitantes e ainda conseguir ampliar nossa oferta hoteleira só nos dá mais fôlego para seguir potencializando o segmento turístico de Alagoas. Apenas em 2019, mais de seis hotéis foram inaugurados e existem mais 11 em construção. Mesmo com esse aumento, conseguimos expandir a ocupação dos hotéis no estado durante um período tão importante para o turismo como a alta temporada”, pontua Rafael Brito, secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo. 

Combate pela democracia ou ativismo acadêmico em torno da Comissão da Verdade




José Vieira da Cruz*


O combate em favor do Estado Democrático de Direito e de suas garantias ganhou força e difusão após o fim da Segunda Guerra Mundial.  A partir daquele instante, em meados da década de 1940, a humanidade parecia ter compreendido as duras lições impostas pelos regimes de força baseados em pensamentos totalitários, racistas, fascistas, nazistas e de extermínio dos diferentes e dos divergentes. Em seu lugar, a democracia e o respeito aos direitos humanos, com todos os seus desafios e limites, consolidava-se como um caminho para o desenvolvimento em diferentes países no Ocidente Cristão. Não obstante essas lições, a partir da década de 1960, o Brasil e grande parte da América Latina sucumbiram a golpes e a ditaduras civis e militares.


No caso Brasileiro, passados 21 anos, a ditadura cedeu lugar ao movimento de transição para redemocratização do país através de eleições presidenciais e da promulgação, em 1988, da atual Constituição Federal.  Os atuais tempos democráticos pareciam, por um lado, fazer voltar as lições de rejeição das duas recentes ditaduras: a Varguista (1937-1945) e a Militar (1964-1985), e, por outro lado,  também parecia evocar os ensinamentos de repulsa aos horrores, mazelas, crimes e excessos  praticados por elas e por todos os regimes totalitários e antidemocráticos. Sob esse horizonte, seguiram a esse processo o combate em favor da democracia através de eleições livres e diretas, da promulgação da atual Constituição Federal, da aprovação das constituições estaduais, do exercício da liberdade de imprensa, do exercício da autonomia universitária, da instituição da Comissão Nacional da Verdade e das comissões estaduais da verdade. Além de uma série de outras iniciativas e ações. A democracia parecia, sem contestações, reencontrar entre nós um ambiente de aprendizado, diálogo, consenso e construção de significados. Um contexto muito diferente das contradições do atual cenário político brasileiro.
É, sob este preâmbulo, possível compreender a proposta do livro “Resistência e adesão ao Regime Militar: ensaios a partir da Comissão da Verdade em Sergipe”, de autoria de Afonso Nascimento, publicado pela Criação Editora e lançado neste mês de março de 2020. O livro apresenta, oito partes, formadas por artigos afins, publicados na imprensa pelo autor, sobre temas relacionados ao regime militar e sobre a Comissão Estadual da Verdade de Sergipe. 

No livro em tela, os artigos, apesar de escritos em ocasiões diferentes, foram reunidos a partir de discussões alinhadas a um eixo central e, ao mesmo tempo, transpassados por debates de um passado que persiste em permanecer no presente.
Frente ao temário sobre resistência ou adesão ao Regime Militar, tão logo o leitor ultrapasse a introdução, tem-se, na parte I, sete artigos relacionados a Comissão da Verdade. Esses artigos revelam o envolvimento do autor em debates relacionados à “teoria dos dois demônios”; isto é, sobre o real envolvimento de civis e de militares em práticas contra os direitos humanos e a favor da ditadura.  Nesta parte do livro, é revelado alguns detalhes dos bastidores que ajudam na compreensão dos motivos que promoveram a demora e as indecisões para criação da referida Comissão. A este respeito, preciso registar que antes de minha atual vinculação profissional, como docente da Universidade Federal de Alagoas, tomei parte da referida comissão, criada em 2015. Entretanto, afastei-me dos referidos trabalhos, em razão de ter assumido a Vice-reitoria da Universidade Federal de Alagoas. Mas, mesmo à distância, continuei a acompanhar as atividades relacionadas à Comissão Estadual da Verdade Paulo Barbosa.


A segunda parte do livro, intitulada “Comunistas”, compostas de treze artigos, pode provocar aos desavisados alguma incompreensão quanto à posição acadêmica e política do autor. No Brasil, há algum tempo, falar em comunistas ou contra eles, em regra, infere a dualidade esquerda x direita sem margens para críticas, autocríticas ou possíveis ambivalências. A leitura da obra “Resistência e adesão ao Regime Militar” permitirá a cada leitor tecer sua posição a respeito.


No tocante as posições de Afonso Nascimento, é importante esclarecer sobre sua formação que ele é bacharel em Direito pela UFS, mestre em Direito pela UFSC e Diplôme d’ Etudes Appronfondies em Estudos Políticos pela Université de Montpellier I (França). Enquanto docente ensinou Teoria do Estado e Sociologia do Direito na PUC/RJ, UFRJ, Paul University (EUA), entre outras instituições. Na UFS, além da vinculação ao Departamento de Direito, dirigiu o Núcleo de Pós-graduação em Ciências Sociais, foi Pró-reitor de Assistência Estudantil e Assessor de Relações Internacionais. Publicou diversas obras, dentre a quais destaco “Uma crítica à concepção jurídica do Estado” e “Incursões de um intelectual na mídia escrita”. Organizou também “Pensar Sergipe I e II” e “Memórias de políticos sergipanos no século XX”. É preciso registrar ainda que além de sua formação acadêmica no Brasil e em outros países, de sua atuação docente na graduação e na pós-graduação, de sua experiência administrativa e de sua contribuição como membro da Comissão Estadual da Verdade de Sergipe, sua frequente e provocativa atuação junto a imprensa. Afora isso, suas interlocuções com os estudos já produzidos a respeito do tema, em particular, a obra do historiador e cientista político Ibarê Dantas, intitulada “Tutela Militar em Sergipe”, baliza academicamente seus escritos.


Observa-se, portanto, que Nascimento, além de acadêmico, membro da comissão estadual da verdade e articulista junto à imprensa, nos últimos oito anos publicou frequentemente textos incitando o debate sobre a justiça de transição e acontecimentos relacionados à ditadura militar, à defesa democracia, aos direitos humanos e ao papel político do judiciário, da UFS e da sociedade. E, de modo bastante contundente, sobre a importância do Estado de Sergipe ter uma comissão da estadual da verdade.
Sob este horizonte de experiência, com algum risco e os devidos reparos históricos, é possível aproximar o perfil de Afonso Nascimento aos de Tobias Barreto, Silvio Romero e seus discípulos quanto ao apego ao debate científico no campo do Direito, da Sociologia e da História, como também, de não se furtar aos debates e polêmicas de seu tempo. Em outra comparação, talvez mais próxima  a formação franco-estadunidense de Nascimento, suas posições políticas e acadêmicas aproximam-se, em certo sentido, das ideias do sociólogo estadunidense Richard Sennett   - um democrata liberal, averso ao socialismo, progressista, defensor dos direitos humanos e que, em lugar de números e análises quantitativas, faz uso de experiências e acontecimentos para aprofundar o conhecimento a respeito da realidade social que o rodeia.


Luciano Oliveira, doutor pela Escola de Altos em Ciências Sociais (Paris), professor da UFPE e contemporâneo de Afonso Nascimento na época de estudante da Faculdade de Direito de Sergipe na década de 1970, no então prédio da rua da Frente, atual Cultarte, ao comentar a formação do autor releva sua experiência como estudante de Direito, militante da Ala Jovem do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), colaborador do jornal alternativo “O ReKado”, e, também, da sua solidariedade aos colegas vítimas da chamada “Operação Cajueiro” e das ações da Assessoria Especial de Segurança e Informação (AESI), braço do Sistema Nacional de Segurança (SNI) na UFS.


A dúvida latente no texto é o quanto Nascimento teria embarcado na “Teoria dos dois demônios”. Aparentemente ele não estudou apenas os “Comunistas”. Alternadamente, em diferentes partes do livro, ele estuda a Escola Superior de Guerra (ESG) e a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), na parte IV; e os militares, os dedos-duros e os agentes repressivos, na parte VIII. Revelando, no limite do possível, a trama de relações, adesões e compromissos tecidos por militares e por civis. Neste ponto, o autor parece se redimir do fato de não ter abordado o debate sobre a dimensão militar ou civil-militar da ditadura. Embora tenha evitado formalmente essa polêmica e utilizado em toda a obra o termo militar associando-o a regime, golpe e ditadura, o leitor atento perceberá no livro fissuras e suturas tecidas entre os diferentes segmentos da sociedade e do Estado que atuaram resistindo ou aderindo ao Regime Militar. Esse debate, embora espinhoso, é fundamental para compreensão das contradições e reminiscências que emergem das mais diferentes formas tanto do passado recente quanto do atual horizonte político do país.


O autor destina também especial atenção a vida universitária, em particular, a UFS e a Faculdade de Direito, resgatando a relação da instituição, da faculdade, dos professores e dos estudantes com o Regime e com a AESI/SNI. Já na parte VI, o autor destaca de modo especial o ativismo estudantil frente o Regime e a AESI/SNI, analisando o papel do Centro Acadêmico Silvio Romero, as experiências de resistência estudantis na  década de 1970, o engajamento do jornal “O Rekado” – equivalente ao jornal Pasquim –, a dura repressão imposta pela “Operação Cajueiro” aos ativistas políticos dentre outros nuances.  Em outra parte do livro, o autor destaca as experiências de secundaristas, universitários e políticos que atuaram junto ao MDB e a Ala Jovem do MDB. Este último ponto também nos parece muito atual, tanto dado o crescente número de estudos e memórias publicadas a respeito quanto ao protagonismo político de seus participantes, muitos dos quais em atividade na vida política e econômica.


Dentre os artigos resgatados três deles são destinadas a atuação da Igreja Católica. Neles o papel de três personalidades eclesiásticas é destacado: a de Dom Brandão de Castro, Dom Távora e Dom Luciano. Além de descrever a posição dos referidos religiosos o autor tece uma visão crítica quanto ao papel e a importância destes no período da ditadura militar. Apesar do esforço do autor, a atuação da Igreja Católica no período ainda é um campo que demanda estudos mais aprofundados.
O passado de quem viveu a ditatura, o presente de quem acompanhou junto a comissão da verdade os depoimentos de suas vítimas, confundem-se com a expectativa de futuro do autor de continuar a combater em favor da democracia e de ser um ativista em favor da atual ordem institucional. Um debate cada vez mais caro nos dias em que vivemos. Neste sentido, os escritos de Afonso Nascimento, reunidos neste livro, possuem dupla perspectiva: a do combate a ditaduras e em favor da democracia e a do ativismo acadêmico no campo jurídico. Em suma, esta é uma obra provocativa, de fácil leitura, recomendada tanto para os acadêmicos de diferentes áreas do conhecimento quanto para a comunidade de leitores interessada em compreender o passado recente de nosso país e os desafios da atual experiência democrática.


*José Vieira da Cruz, é Doutor em História pela UFBA, professor da UFAL, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE) e da Academia Alagoana de Educação (ACALE)