sábado, 12 de agosto de 2017

Diálogo e coletividade integram formação sobre agricultura familiar

Técnicos foram capacitados para atuar nas reais necessidades do pequeno produtor rural
Técnicos foram capacitados para atuar nas reais necessidades do pequeno produtor rural Sâmia Laços
 
Texto de Sâmia Laços

O Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL) promoveu, durante toda a semana, o 4º módulo de formação de Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural com o tema Metodologias Participativas, abordagem que busca a valorização do diálogo entre profissionais e agricultores.

O momento de aperfeiçoamento tem como base a necessidade de se desenvolver, no campo, ações de assistência técnica e extensão que, desde o seu planejamento, levem em consideração os anseios, necessidades e as condições ambientais, estruturais e culturais que rodeiam o agricultor.

Como destacado durante as aulas, que foram ministradas pelos consultores da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), José Rui Ferreira e Nejakson Alves Vidal, o modelo participativo prioriza as relações de diálogo, escuta e aprendizado, dando espaço a discussões conjuntas, com atuação direta do agricultor, para definição de planos e projetos de trabalho.
De acordo com o consultor Nejakson Vidal, a formação de agentes de Ater atua como ferramenta de sensibilização do profissional de assistência técnica, capaz de despertá-lo acerca da importância de se priorizar as reais necessidades do pequeno produtor rural assistido, o que requer uma atuação mais sensível.

“Primeiro, a gente precisa pensar na formação do profissional de agronomia e áreas correlacionadas, seja ela em nível superior ou técnico, em que as instituições formam profissionais para trabalhar estritamente com animais, não com o ser o humano. E o campo cobra da gente outra perspectiva, cobra a capacidade de entender a interação do homem com o meio em que vive para construir processos de transformação, ouvindo o agricultor para valorizar suas necessidades e interesses”, relatou.

Sobre o tema, o consultor José Rui esclareceu que o desenvolvimento participativo também faz referência à organização coletiva dos agricultores por meio de associações e cooperativas, por exemplo, fortalecendo as comunidades rurais para gerar crescimento através de políticas públicas, vendas das produções, emissão de documentos, obtenção de certificações e demais procedimentos que levam evolução ao campo, a principal essência da assistência técnica.
Grande parte do módulo foi concentrada em atividades de campo, com visitas a propriedades individuais e coletivas de agricultores familiares para a realização de avaliações e aproximação dos técnicos a práticas de sucesso.

No primeiro dia de campo, as equipes visitaram o agricultor Sebastião Santos, em Limoeiro de Anadia, e conheceram os avanços obtidos na produção e renda com a assistência da Emater. Já em Arapiraca, puderam conhecer a experiência do agricultor José Carlos, produtor de hortaliças com a aplicação de técnica hidropônica utilizando garrafas pet.

Na quarta-feira, segundo dia prático, as equipes se deslocaram até a associação da comunidade quilombola Carrasco, em Arapiraca, onde o trabalho de assistência social é desenvolvido.

 Formação

Os módulos de formação são divididos em duas turmas multidisciplinares e envolvem 60 técnicos das áreas de Agronomia, Veterinária, Zootecnia e Assistência Social. A aplicação de novos conhecimentos teóricos e práticos busca estimular o perfil de inovação e qualificação adotado pela Emater para a prestação de serviço aos agricultores familiares.

A iniciativa tem o acompanhamento direto da Sead e, segundo o coordenador-geral de Formação, Gereissat Rodrigues Almeida, o órgão, enquanto entidade do executivo, tem o objetivo de seguir apoiando atividades de aperfeiçoamento para melhorar o atendimento na ponta do processo, ou seja, ao agricultor familiar.

“Entendemos que existe uma necessidade muito grande de atender à ponta, que demanda muitas ações e aperfeiçoamento. E uma das respostas que a gente tem condições de oferecer é fortalecer a rede de assistência técnica com essas capacitações, apoiar a troca de conhecimento, ainda mais em um momento tão estratégico como esse em que temos projetos importantes como o assentamento Dom Helder e as ações da Anater sendo executados”, contou o Gereissat Almeida.

O coordenador-geral de formação da Sead ainda destacou o empenho do grupo de técnicos da Emater, que superam as adversidades e conseguem se sobressair e “fazer uma Ater digna”.

Agência Alagoas

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