Sesau orienta sobre vedação de
reservatórios de água e necessidade de não deixar os pneus expostos para
combater mosquito Aedes aegypti
(Foto: Carla Cleto)
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Cuidados devem ser redobrados para evitar casos de zika, dengue e chikungunya
Texto de Marcel Vital
O fato de o mosquito Aedes aegypti se proliferar com mais
intensidade durante as estações mais quentes do ano faz com que boa
parte das pessoas só se lembre de eliminar os criadouros nesses
períodos.
Entretanto, de acordo com o supervisor de endemias da Secretaria de
Estado da Saúde (Sesau), Paulo Protásio, quando as temperaturas sofrem
variações, se alternando entre períodos de chuva e sol, é que o ciclo
reprodutivo do mosquito fica propício e, dessa forma, as ações voltadas
para o combate terão um impacto maior.
“Sabemos que há casos de dengue, zika e chikungunya o ano inteiro, o
que significa que o mosquito está presente em todos os meses. Porém, o
inverno é um período em que há menos mosquito em circulação. E, com as
chuvas constantes, a maioria dos recipientes – potenciais berços das
larvas - transbordam, fazendo com que a fêmea do Aedes aegypti tenha
menos local para desova. O nosso problema maior é que, com a temperatura
oscilando, a tendência é que o mosquito ecloda”, afirma Paulo Protásio.
Conforme o supervisor de Endemias da Sesau, o clima em Alagoas tem
contribuído para que o mosquito leve de 7 a 8 dias para se desenvolver,
passando de ovo a adulto. Para evitar que isso aconteça, ele diz que a
forma mais eficiente de evitar surtos das doenças transmitidas por ele é
eliminar o ciclo de vida do inseto.
Entre as ações propostas, além da vedação dos reservatórios de água,
Paulo Protásio lembra sobre a necessidade de não deixar os pneus
expostos. Também é importante limpar as calhas, remover os pratinhos dos
vasos de plantas, bem como manter garrafas, lata e outros recipientes
virados para baixo, de forma que não acumulem água.
“Uma inspeção semanal de dez minutos é suficiente para eliminar os
criadouros domésticos, o que representa 90% dos focos que encontramos em
nossas visitas. Cuidados especiais também devem ser tomados com locais
de reprodução menos óbvios, como ralos em locais poucos usados, bandejas
atrás de refrigeradores e outros espaços dos ambientes domésticos pouco
utilizados, como os banheiros da área de lazer das residências e
condomínios”, salienta, lembrando que essas ações durante o inverno
serão ainda mais eficazes.
“Toda a sociedade, neste momento, deve triplicar sua atenção para
reduzir as oportunidades de a fêmea do Aedes aegypti depositar seus ovos
em água parada. Isso vai contribuir para reduzir a população do inseto
e, por conseguinte, não teremos epidemias nem de dengue, zika ou
chikungunya”, ressaltou.
Conforme o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan),
Alagoas registrou, de janeiro até junho deste ano, 987 casos de dengue,
75 de zika e 227 de chikungunya. No mesmo período de 2016, esse número
era de 1.601 casos de dengue, 3.517 de zika e 9.587 de chikungunya.
Agência Alagoas
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