Governo vai ceder 70 caminhões compactadores de lixo e incentivar consórcios regionais
Assinatura do lançamento do Programa Planta, Alagoas Foto: Thiago Sampaio |
Texto de Severino Carvalho
O governador Renan Filho
garantiu, nesta sexta-feira (8), durante o lançamento do programa de
reflorestamento "Planta, Alagoas", que o Estado vai trabalhar para
reduzir os custos dos municípios, criando condições para regionalizar a
destinação correta dos resíduos sólidos, facilitar o transporte e a
aquisição de equipamentos. Na solenidade, realizada no Palácio República
dos Palmares, ele afirmou que Alagoas dá exemplo ao Brasil ao se tornar
o primeiro Estado do Norte-Nordeste a ter 100% dos lixões encerrados, o
terceiro do Brasil.
“Estamos virando as páginas do
passado em Alagoas. Não há uma fotografia mais antiga do que a imagem de
um lixão, que é uma coisa da idade média. Em Brasília, tem (lixão) na
Estrutural, via principal para quem chega à capital do País. O Brasil
também precisa virar essa página”, enfatizou Renan Filho.
Para reduzir os custos dos municípios
na destinação correta dos resíduos sólidos, ele revelou que o Governo
do Estado concluiu, na quarta-feira (6), a licitação para aquisição dos
primeiros 70 caminhões compactadores, que serão entregues às
prefeituras.
“Todos os consórcios regionais que
tiverem interesse em dar o destino final e correto aos resíduos sólidos
em suas regiões, onde ambientalmente for possível, nós também vamos
estimular. Duas regiões já discutem o assunto profundamente: o Norte e o
Sul. Eles pensam em fazer estações de transbordo ou destinos finais
(aterros sanitários), como já há, por exemplo, no Sertão e no Agreste,
que operam esses equipamentos com muita competência. Isso também
reduzirá os custos das prefeituras”, observou Renan Filho.
Na sexta-feira (8), durante o lançamento do Programa Planta, Alagoas,
que também celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente (5), o Governo do
Estado homenageou os prefeitos dos últimos 75 municípios, do total de
101 que encerraram seus lixões, em cumprimento à Política Estadual de
Educação Ambiental, instituída por meio da Lei Estadual n° 7749,
sancionada em junho de 2016.
São Luís do Quitunde, na região Norte
do Estado, foi um deles. Segundo a prefeita Fernanda Cavalcante, os
resíduos são coletados e levados para um aterro sanitário no Pilar.
“Graças a Deus, no dia 18 de maio, a
gente concluiu o fechamento do lixão do nosso município, podendo assim
trazer mais saúde pública para a comunidade, a exemplo de toda a região
Norte do Estado e toda Alagoas”, declarou a prefeita.
Segundo o secretário de Estado do
Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres, o programa
Planta, Alagoas vai doar um milhão de mudas de espécies nativas, pelos
próximos quatro anos, com objetivo de reflorestar matas ciliares e
recuperar as áreas degradadas onde funcionavam os lixões nos municípios
alagoanos.
“Por meio da Lei Estadual (n° 7749),
que estabelece a Política Estadual de Resíduos Sólidos, sancionada pelo
governador Renan Filho, estabelecemos um planejamento para o fechamento
desses lixões, que é só uma parte do problema. Não adianta encerrar o
lixão sem fazer o que estamos fazendo hoje: doando mudas para os
municípios recuperarem as áreas degradadas. Vamos, também, apoiar os
comitês de bacias hidrográficas para que a gente possa recuperar as
matas ciliares”, detalhou Alexandre Ayres.
Desafios
Ainda durante a solenidade, o Governo
do Estado cedeu um veículo à Associação dos Comitês de Bacia
Hidrográfica de Alagoas. Sua finalidade é contribuir efetivamente nos
cumprimentos das ações dos comitês para recuperação e preservação das
bacias no Estado. Foi assinado também o convênio de apoio aos catadores
de materiais recicláveis junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae).
O projeto contempla 14 cooperativas
de catadores que atuam em Maceió, Arapiraca, Marechal Deodoro, Piranhas,
Delmiro Gouveia, Palmeira dos Índios, Quebrangulo, São Miguel dos
Campos, Campo Alegre e Coruripe.
“São desafios muito grandes que a
gente está enfrentando junto com o Governo do Estado, através da
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Maceió recicla cerca de
520 toneladas mensalmente. O governador Renan Filho quer interiorizar
esse esforço, porque a lei foi criada para ser cumprida e porque há esse
forte componente que é o de inclusão produtiva: trazer aquelas pessoas
que trabalhavam nos lixões, arriscando a saúde, para um processo mais
civilizado e mais organizado”, detalhou o superintendente do Sebrae
Alagoas, Marcos Vieira, presente à solenidade.
Integrante da Cooperativa de Recicladores de Alagoas (Cooprel), Maria
José dos Santos Lins afirma que vê com bons olhos o fechamento dos
lixões em Alagoas. “As pessoas tiravam dali mesmo, do lixo, o seu
alimento; tiravam os recicláveis e trabalhavam sem luva, sem botas,
arriscando suas vidas. Pra gente foi bom o fechamento dos lixões, mas
infelizmente parte da população não tem a educação para fazer a
separação, porque o material ainda vem com lixo molhado, papel
higiênico, resto de comida, o que dificulta o nosso trabalho”, ponderou
ela.
Agência Alagoas
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