Unidade de saúde, que terá o perfil de atendimento de urgência e emergência, vai beneficiar mais de 166 mil alagoanos
Obras do Hospital Regional do Norte estão 20% executadas Carla Cleto |
Texto de Marcel Vital
Sentada no sofá de sua casa, Jucelina Gabriel de Lima, de 57
anos, disse estar esperançosa com a construção do Hospital Regional do
Norte, em Porto Calvo, que terá o perfil de atendimento em urgência e
emergência e irá assegurar, quando estiver pronto, 7.763 atendimentos
mensais. “Vai ser muito bom, pois não vai ser preciso eu sair daqui para
ir até Maceió à procura de atendimento. Espero que essa unidade venha a
mudar à nossa vida”, enfatizou.
Por conta do diabetes, a dona de casa passou a ter má circulação em
partes do corpo, especialmente nas mãos e pés, que recebiam quantidades
insuficientes de sangue. Com isso, ela se submeteu a procedimentos
cirúrgicos que culminaram na amputação do pé esquerdo e da perna
direita. Hoje, sua rotina é passar os dias e as noites em casa, ao lado
dos filhos e netos, com quem sempre conviveu antes das cirurgias. “Fico
aqui, sentada, conversando, vendo o movimento”, contou. “Com esse
hospital vai ser possível realizar minhas consultas e exames
periódicos”, emendou.
Outra moradora de Porto Calvo que também espera, com grande
expectativa, pelo Hospital Regional do Norte, é a aposentada Marlene da
Silva, de 74 anos. Na porta de casa de muro salmão, ela conta que, todas
as vezes que precisa de assistência médica, tem dificuldade de
encontrar um atendimento especializado na cidade. Por isso, sempre vai a
Maceió para cuidar de sua saúde, como ocorreu, quando precisou fazer um
cateterismo cardíaco e passar por uma cirurgia na mão esquerda, com o
intuito de retirar um nódulo acima dos tendões.
“Não consigo andar sozinha e, por essa razão, sempre que vou à
capital, a minha nora me acompanha. Além da passagem, pago também a
alimentação - e tudo isso pesa no bolso no final do mês”, comentou
Marlene, que sobrevive com menos de um salário mínimo. “A construção
desse hospital vai beneficiar tanta gente, principalmente àqueles que
precisam realizar algum tipo de procedimento cirúrgico”, salientou.
Com 70% da visão comprometida, o também aposentado Amaro João de
Lima, de 63 anos, acredita que a construção do Hospital Regional do
Norte vai trazer comodidade e um atendimento qualificado a toda
população do município. Casado e pai de dois filhos, o senhor de alegria
contagiante queixa-se frequentemente de dores no ouvido que lhe causam
dores, coceira e zumbido. Por conta disso, só encontra assistência
paliativa.
“Esse hospital vai ser uma benção para pessoal que mora na cidade.
Acho que vou melhorar, de uma vez por todas, dessa minha dor no ouvido.
Já estou feliz e ansioso em conhecer. Vai facilitar muito a vida da
minha família, pois a gente vai ter condições de ir se consultar a pé”,
disse o aposentado Amaro João de Lima.
Estrutura – Orçado em R$ 29,8 milhões, custeados
pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), a
unidade vai dispor de 123 leitos, distribuídos em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) Adulto, Centros de Parto Normal (CPN), UTIs Neonatais,
Unidades de Cuidados Intermediários Convencionais (UCICos), UTIs
Pediátricas e internação (gineco-obstétrica, pediátrica, clínica e
cirúrgica). O hospital contará, ainda, com Serviço de Procedimento de
Roupa (SPR), Serviço de Nutrição e Dietética (SDN), Lactário, Nutrição
Enteral, Banco de Leite Humano (BLH) e um Centro de Referência que vai
oferecer atendimento com equipe multiprofissional especializada.
De acordo com o engenheiro Yuri Balbino, a obra está 20.04% executada
e segue em ritmo acelerado. “Os trabalhos estão sendo executados nos
dois turnos, formado por 90 funcionários. A expectativa é que, após a
inauguração, a unidade possa beneficiar 166 mil alagoanos, que residem
nos municípios de Porto Calvo, Jacuípe, Japaratinga, Maragogi, Matriz do
Camaragibe, Porto de Pedras, São Luiz do Quitunde e São Miguel dos
Milagres”, salientou.
Agência Alagoas
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