Estação de captação de água do novo Sistema Coletivo do Agreste, em Traipu (Foto: Ascom/Casal) |
Texto de Oldemburgo Neto
A redução da vazão do rio São Francisco traz muitas consequências
negativas, que vão desde a dificuldade no abastecimento enfrentada por
empresas de saneamento que utilizam as águas do Velho Chico para
captação, tratamento e distribuição de água, até impactos econômicos,
sociais e ambientais observados, sobretudo, na região do Baixo São
Francisco.
Com a missão de diagnosticar o resultado desses impactos,
superintendentes e gerentes da Companhia de Saneamento de Alagoas
(Casal) reuniram-se na manhã desta quarta-feira (13), no auditório do
Complexo Farol, em Maceió.
Participaram do encontro o vice-presidente de Gestão Operacional
(VGO), Francisco Beltrão; superintendentes, assessores e gerentes da VGO
e das três Unidades de Negócio mais afetadas pelo problema – Sertão,
Bacia Leiteira e Agreste.
A reunião teve como objetivo alinhar as ações estratégicas da empresa ante os prejuízos causados pela redução da vazão do rio.
“A vazão reduzida está causando três problemas crônicos ao
abastecimento feito pela Casal. O aparecimento de algas marinhas e
mexilhões na água doce, a intrusão salina em Piaçabuçu e até mesmo a
presença de um verme chamado poliqueta, recentemente, na cidade de
Penedo”, disse o superintendente de Negócio do Interior, Eduardo
Henrique.
Durante a reunião, os gestores da Casal definiram que a Companhia
apresentará, no dia 16 de janeiro de 2018, um documento contendo um
trabalho extenso de catalogação dos impactos causados pela redução da
vazão, que será encaminhado ao governador do Estado, Renan Filho, para
que este submeta aos órgãos superiores de regulação – Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS), Agência Nacional de Águas (ANA), Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Precisamos levar adiante essa problemática, porque ela é urgente.
Também buscaremos outras empresas de saneamento que estão com
dificuldades no abastecimento, como é o caso da Deso (Companhia de
Saneamento de Sergipe) e da Embasa (Empresa Baiana de Águas e
Saneamento), para endossar o nosso documento”, declarou Eduardo
Henrique.
Em Alagoas, a vazão liberada pelo reservatório de Xingó é de 550
metros cúbicos por segundo de acordo com a mais recente resolução da
ANA. Entre Bahia e Pernambuco, o reservatório de Sobradinho também opera
com os mesmos 550 metros cúbicos por segundo. Essa é a menor vazão já
autorizada para ambos os reservatórios em toda a história.
Agência Alagoas
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