sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Outubro Rosa: histórias inspiradoras de mulheres que superaram câncer

 

A fisioterapeuta Roberta Perez, especializada na área cardiorrespiratória, tinha a vida profissional com que sonhou, mas às custas do abandono da saúde e do autocuidado, como ela conta. “Estava há anos sem ir ao médico, só me consultava quando caía gripada entre um plantão e outro. Vivia um estresse constante, me alimentava super mal e tinha péssimos hábitos”. 

Mas, ao ler uma publicação na internet, de uma conhecida contando que estava com câncer de mama aos 26 anos, ela ficou assustada. “Decidi que marcaria alguns médicos. Enrolei muito e fazia o autoexame como forma de me sentir menos culpada, mas esse gesto fez toda a diferença na minha vida.”

Um dia ela sentiu um nódulo. “Na mesma hora acendeu o alerta. Procurei um mastologista que, na avaliação, por eu ser jovem e sem histórico familiar, não se preocupou tanto com o caso, mas levou em consideração a minha angústia e pediu uma biópsia. Foi assim que descobri um câncer de mama aos 27 anos.”

Durante o tratamento de quimioterapia, em 2016, ela decidiu que mudaria de hábitos. “Comecei a caminhar na quinta sessão e terminei a 16ª sessão com corrida de 8 quilômetros. Descobri na atividade física uma maneira de me empoderar como paciente e de esquecer um pouco dos problemas.” 

Ela fez a mastectomia bilateral e três cirurgias nas mamas. Também teve um tumor benigno no ovário, que resultou na perda do órgão e de uma trompa. “Tive depressão pós-tratamento, porque me sentia perdida e não me encaixava mais na vida que eu tinha. Compreendi que o maior desafio que já enfrentei era o propósito da minha vida e, em 2018, fiz uma transição de carreira e comecei a trabalhar na causa do câncer”. Hoje, aos 33 anos, ela é empreendedora na causa do câncer e fundadora do Portal Vai por mim, que oferece acolhimento e informação aos pacientes de câncer. 

Roberta conta que, como não queria ter filhos, optou por não congelar óvulos. Além disso, e por conta do tratamento e com os problemas ginecológicos, os médicos a alertaram, em 2020, que ela não teria condições de engravidar. “Não sei se me impressionei com a notícia, mas sonhei que tinha uma filha chamada Helena. Três meses depois desse sonho, tentando evitar uma gravidez, engravidei de forma natural. Optamos por descobrir o sexo apenas no parto, e no dia 12 de setembro de 2021 meu sonho virou realidade e dei à luz a minha sorridente Helena.”

Sintomas - O nódulo, como o que a Roberta encontrou no autoexame, é um dos sintomas do câncer de mama. Qualquer alteração notada na palpação ou autoexame das mamas como nódulos e áreas endurecidas são sinais que devem ser investigados. Outros sintomas são: alterações no formato da mama como abaulamentos, inversão do mamilo e retração de pele. Saída de secreção transparente ou com sangue pelo mamilo, já as secreções amareladas, esverdeadas ou amarronzadas tendem a ser benignas. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.

Há vários tipos de câncer de mama. Enquanto alguns tipos têm desenvolvimento rápido, outros crescem lentamente. O câncer de mama apresenta vários estágios da doença, que variam desde tumor inicial microscópico, tumores acometendo toda a mama, e tumores que invadem outros órgãos, como tecido linfático, fígado, pulmão e ossos. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. 

A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e precocemente, apresentam boa evolução, mas cada um deve ser avaliado individualmente. “O tratamento do câncer de mama apresenta diversas etapas, o objetivo é destruir o tumor atual, evitar que células tumorais se espalharem para outros órgãos e reduzir as chances do tumor voltar no futuro. O tratamento inicia-se pela quimioterapia ou pela cirurgia; algumas caraterísticas tumorais irão guiar o mastologista nessa decisão”, explica a mastologista e ginecologista Laura Penteado, também obstetra e diretora clínica da Theia, clínica centrada na saúde da gestante, que utiliza tecnologia para revolucionar a saúde da mulher.

Mamografia - A detecção precoce, que pode ser feita por meio da mamografia, é o principal exame para rastrear pacientes sem sintomas aparentes, explica a médica especialista em radiologia mamária, Maria Helena Louveira, também professora da Escola Brasileira de Medicina. 

“O exame de mamografia é o principal e o único eficaz nos rastreamentos do câncer em pacientes assintomáticas. Embora tenhamos muitos estudos em desenvolvimento e novas tecnologias na busca pelo câncer, ainda assim, a mamografia é o principal método. Sabemos que existe um certo desconforto em relação à compressão das mamas no equipamento, porém, é um desconforto rápido, que dura em torno a três segundos, algo bem tolerável”.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário