domingo, 24 de março de 2019

Por meio da Fapeal, Governo apoia evento internacional sobre alfabetização

Pesquisa estuda pontos em comum de alunos do Brasil, França e Portugal; especialista do Reino Unido faz palestra em Maceió

Professor Eduardo Calil e pesquisadores do Laboratório do Manuscrito Escolar
Professor Eduardo Calil e pesquisadores do Laboratório do Manuscrito Escolar Tárcila Cabral
Texto de Tárcila Cabral


Quais são as primeiras palavras escritas por uma criança? Quantas tentativas são necessárias para que ela formule corretamente uma frase? A interação pedagógica é muito distinta entre os países do globo?
Essas e outras indagações são temáticas discutidas pelo Laboratório do Manuscrito Escolar (LAME), que, dentro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) desenvolve estudos sobre os processos de produção textual de alunos, debatendo aspectos como criatividade, a ortografia, o discurso direto, a pontuação.

A pesquisa chegou ao ponto de apresentar dados colhidos em três diferentes países (Brasil, França e Portugal) sobre a aprendizagem da escrita infantil. A IV Jornada do Manuscrito Escolar (IV JorME), que acontece nos dias 26 e 27 de março, na Ufal, promove uma programação variada, incluindo sessão de palestras, mesas redondas e workshops.

Para o coordenador do estudo, Eduardo Calil, “a divulgação de resultados de pesquisa é parte fundamental do trabalho acadêmico-científico”. “Um dos papeis mais importantes da universidade é a produção de conhecimento e a sociedade precisa estar informada sobre o que seus cientistas têm feito e descoberto. Além disso, na área de Educação, os achados científicos sobre o desenvolvimento infantil podem contribuir significativamente para a melhoria do ensino”, explica o doutor em linguística.

O evento conta com um tema central “O que alunos comentam quando escrevem?”, que vai ser discutido por dois dias. O objetivo é analisar os textos produzidos pelos alunos em sala de aula, pois aquela trajetória de criação, rasuras e reformulações é um rico processo construtivo para ser compreendido por estudiosos como linguistas, psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos. Esse compilado constitui o manuscrito escolar, que é estudado através do Sistema Ramos, mecanismo criado na pesquisa para capturar os processos de escritura em tempo e espaço real da sala de aula.

O Sistema Ramos também revela as falas das crianças durante a construção das palavras. No três países, o estudo se apresenta igualmente relevante e se relaciona internacionalmente com as ações previstas nos projetos de colaboração internacional: Projeto InterWriting do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Projeto Turing com a Fapeal.

De acordo com a programação do evento, as palestras e mesas redondas acontecerão no dia 26 e abordarão pautas como: A importância do Sistema Ramos para a investigação da escrita; Formas do discurso e suas marcas dialógicas no Brasil; Manuscritos de alunos franceses, novelas e desenhos animados; Múltiplas representações ortográficas portuguesas; dentre outros temas.

Já durante a programação do dia 27 serão ofertados workshops pelos integrantes do LAME, apresentando as bases teórico-metodológicas da Genética Textual. Destaque também a palestra “O papel do conhecimento metalinguístico no apoio ao desenvolvimento da escrita”, proferida pela doutora, Debra Myhill da University of Exeter, Reino Unido. Em língua inglesa, a palestra terá tradução simultânea no local.

Agencia Alagoas

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