Resultado é o melhor para primeiro trimestre desde 2010. Energias renováveis puxaram crescimento de 354,6% no Nordeste
Brasília-DF,
16/5/17 - Mais um indicador atesta a retomada da confiança dos
empresários no futuro da economia brasileira. Depois de o Banco Central
divulgar alta de 1,12% no índice IBC-Br no primeiro trimestre deste ano
e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
apontar, para o mesmo período, crescimento de até 345% na contratação de
algumas de suas linhas de financiamento, os Fundos Constitucionais e de
Desenvolvimento, administrados pelo Ministério
da Integração Nacional, também confirmam essa tendência. Somente no
primeiro trimestre de 2017, esses fundos registraram alta de 37,6% na
procura e em contratos assinados para a liberação de financiamentos -
melhor resultado dos últimos oito anos e o segundo
melhor desde 2003. Já foram R$ 5,28 bilhões este ano em créditos
aprovados para projetos privados nos estados das regiões Norte, Nordeste
e Centro Oeste, contra R$ 3,83 bi no primeiro trimestre de 2016.
Nos
Fundos Constitucionais, destinados tanto a pequenos quanto a médios e
grandes empresários, o crédito aprovado cresceu 47,8% no período com
linhas
de financiamentos para investimento de longo prazo, capital de giro e
custeio. Os Fundos de Desenvolvimento costumam registrar,
historicamente, maior movimento no segundo semestre. Isso porque, por
contar com menos recursos disponíveis que os Fundos Constitucionais,
os analistas preferem conhecer boa parte dos projetos antes de
recomendar a liberação. Ainda assim, o crescimento foi de 11,9% no
primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2016,
puxados principalmente pelo Nordeste, com a retomada do financiamento
das operações no setor de energias renováveis. Na região, as
solicitações de crédito dos fundos de desenvolvimento cresceram 354,6%.
O
Ministério da Integração Nacional anunciou volume recorde de recursos
disponibilizados aos fundos, que promovem o desenvolvimento das regiões
Norte,
Nordeste e Centro-Oeste do país. Serão R$ 186,5 bilhões para o
quadriênio 2017-2020. A programação financeira prevê a disponibilidade
de R$ 44,2 bilhões em 2017, um aumento de 31,5% em relação a 2016. Para
2018, o montante previsto é de R$ 47,2 bilhões. Em
2019, R$ 47,1 bilhões e, em 2020, atinge R$ 48 bilhões. Os recursos vão
atender a projetos produtivos nos estados das três regiões.
Fundos Constitucionais
Se
comparados ao mesmo período do ano passado, o valor dos projetos
aprovados com uso dos Fundos Constitucionais subiu de R$ 2,75 bilhões
para R$ 4
bilhões. Na região Centro-Oeste, o crescimento do FCO foi um dos
melhores percentuais de crescimento registrados nos últimos anos e
chegou a 159,3% (passando de R$ 503,6 milhões em 2016 para R$ 1,3 bilhão
em 2017). Em seguida vem o Norte, com 60,7% (de R$
425,5 milhões para R$ 683,9 mi).
A
ascensão no Centro-Oeste se deve especialmente ao volume de
contratações no setor agropecuário, que obteve um crescimento de 121,9%
em relação ao
primeiro trimestre de 2016, passando de R$ 477,3 milhões para R$ 1,06
bilhão em 2017. A região também obteve o melhor resultado em relação às
linhas de financiamento para empresas e empreendedores não rurais,
alcançando um crescimento de 839,2% em relação
aos três primeiros meses do ano passado.
Crescimento
significativo também pode ser percebido na região Norte, onde o
incremento do Fundo Constitucional (FNO) chegou a 60,7% (de R$ 425,5
milhões
para R$ 683,9 milhões). As demandas do setor rural tiveram crescimento
de 30%, passando de R$ 336,9 milhões para R$ 437,9 mi. Porém, os demais
setores tiveram aumento ainda maior no primeiro trimestre, alcançando
177,7% a mais que em 2016.
No
Nordeste, o Fundo Constitucional (FNE) cresceu 13,9% no período (de R$
1,8 bilhão em 2016 para R$ 2 bilhões este ano). Nos segmentos urbanos,
especialmente
indústria, turismo, comércio, serviços e infraestrutura, a ampliação na
região foi ainda maior, chegando a 49,6% - de R$ 746 milhões para R$
1,1 bi.
“Os
Fundos Constitucionais, em função de seus atrativos, vêm dando uma
contribuição significativa na melhoria dos indicadores. Os números de
2017 mostram
que há uma retomada da confiança do empresariado no crescimento da
economia”, afirma o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho.
Fundos de Desenvolvimento
A
procura por financiamentos do Fundo de Desenvolvimento no Nordeste já
supera em mais de 300% o movimento registrado no primeiro trimestre de
2016.
A região se destacou em função da liberação do financiamento de
energias renováveis. Já Norte e Centro-Oeste seguem a tradição de
aprovação mais efetiva no segundo semestre do ano. Como se sabe, com
menos recursos disponíveis nos Fundos de Desenvolvimento
do que nos Fundos Constitucionais, os analistas preferem conhecer boa
parte dos projetos para recomendar a liberação.
No
Nordeste, de acordo com dados da Sudene, a Superintendência de
Desenvolvimento da região, órgão vinculado ao Ministério da Integração
Nacional, o
valor total das solicitações de crédito cresceu 354,6% em comparação
com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 162,8 milhões para
R$ 740,2 mi.
Um
dos fatores determinantes para esse resultado foi a abertura de crédito
para o setor de energias renováveis, que inclui pequenas hidrelétricas,
parques
eólicos e centrais fotovoltaicas. O financiamento estava suspenso e
voltou a ser autorizado desde setembro de 2016. Só neste ano, 11
consultas direcionadas a estas atividades foram aprovadas pela Sudene e
estão aptas a buscarem crédito junto às instituições
financeiras federais.
“Já
aprovamos em consulta prévia algo em torno de R$ 740 milhões, e ainda
temos outros tantos pleitos sendo analisados. Isso representa um
crescimento
considerável não só em relação ao ano passado, mas em relação também ao
ano de 2015. É um número forte e, se esses valores forem implementados,
nós utilizaremos 100% da capacidade do Fundo, que tem este ano um
orçamento de cerca de R$ 1,6 bilhão”, destaca
o superintendente da Sudene, Marcelo Neves.
Ele
ressalta ainda que outros R$ 900 milhões em projetos para os setores de
saneamento básico, irrigação e indústria também estão em análise.
Novas taxas
Para
o ministro, um dos fatores determinantes para a crescente demanda foram
os novos encargos e bônus aprovados para as operações neste ano. Para
os Fundos Constitucionais, os valores aprovados pelo Conselho Monetário
Nacional são diferenciados de acordo com setor produtivo e local onde
será investido o recurso, além de um bônus adicional por adimplência nos
pagamentos das parcelas. Operações de investimentos
também possuem taxas diferenciadas.
Os
juros aprovados para o FNE e FNO variam de 8,55% ao ano (7,27% com
bônus) a 15,23% (12,94% com bônus), dependendo do porte do
empreendimento e da
finalidade do crédito. Já o FCO está operando com juros que variam de
9,5% ao ano (8,08% com bônus) a 16,9% ao ano (14,37% com bônus).
Para
os Fundos de Desenvolvimento, as novas taxas definidas pelo CMN variam
de acordo com a prioridade do setor para o desenvolvimento de cada
região.
Os juros para empréstimos do FDNE e FDA vão de 7,35% ao ano a 8,6%. Já
para o FDCO, os encargos são de 8% a 9,5%.
Mudanças e contingenciamento
No
final do ano passado, o Ministério também passou a autorizar recursos
dos Fundos Constitucionais para capital de giro destinado ao custeio de
gastos
gerais relacionados à administração dos negócios como aluguel, folha de
pagamento, despesas com água, energia e telefone. Até então, esses
investimentos limitavam-se à aquisição de insumos, matéria-prima e
formação de estoque.
Helder
Barbalho ressalta ainda que os Fundos Constitucionais não sofrem
contingenciamento por serem compostos de impostos de renda e de
importação,
sem vínculo com o orçamento. “Nesse período de retomada do crescimento,
o que as empresas precisam para recuperar o folego é garantir o bom
funcionamento das suas atividades. Acreditamos que essas operações de
capital de giro contribuirão para a retomada dos
investimentos a partir dos próximos meses”, conclui o ministro.
Info.:
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Assessoria de Comunicação Social
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