Ligações indevidas eram superior a 70% das chamadas recebidas no 192
ocorristas do Samu simularam como imobilizar a vítima de um acidente Foto: Carla Cleto |
Texto de João Victor Barroso
Após
uma pausa para as férias e a seleção de novos acadêmicos, o projeto
Samu nas Escolas foi retomado nesta sexta-feira (22), com o objetivo de
conscientizar os estudantes para reduzir os trotes recebidos
diariamente. As primeiras atividades aconteceram na Escola Estadual
Doutor José Maria Correia das Neves e no Colégio São Jerônimo.
Quando
o projeto de extensão foi iniciado em 2014, em parceria com a
Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o quantitativo de trotes era
superior a 70% das ligações recebidas pelo número 192. Após passar por
várias instituições públicas e particulares de ensino e tendo conversado
com mais de 6 mil crianças, o projeto vem conseguindo reduzir essa
estatística.
De
acordo com o médico Marcos Ramalho, supervisor do Samu, no ano passado
os trotes representaram 55,78% do total de ligações para o 192. Número
que mostra a eficiência do Samu nas Escolas e das demais ações
promovidas pelo Samu Alagoas, visando reduzir as chamadas falsas.
“O
Samu nas Escolas tem sido o nosso principal projeto para a redução de
trotes e as estatísticas estão mostrando a sua eficácia. As ações
beneficiam tanto a nossa instituição, como as crianças que interagem com
os socorristas, conhecendo um pouco da profissão e se inspirando para
que, no futuro, sejam médicos, enfermeiros, condutores ou técnicos de
enfermagem do Samu”, disse o supervisor Marcos Ramalho.
Redução no primeiro bimestre - O
ano de 2019 não começou diferente, nos primeiros meses do ano, o
percentual de trotes está em 43,1% das ligações recebidas. Quando
comparado com o mesmo período do ano anterior, houve uma redução de 29%
dessas ligações.
Em
janeiro e fevereiro de 2018 foram 110.885 ligações para as duas
Centrais do Samu em Alagoas, sendo 68.641 somente trotes, o que
representa 61,90%. Já no primeiro bimestre de 2019, foram 84.510
chamados para o 192 e 36.427 de ligações falsas, o que mostra uma
diferença de 32.214 ligações entre os períodos comparados.
Ações educativas – Para
conseguir essa redução, o Samu nas Escolas conta com a participação de
acadêmicos de Medicina, Enfermagem e Serviço Social da Ufal, Centro
Universitário Cesmac, Universidade Integrada Tiradentes (Unit)
Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal) e Uninassal. São
esses estudantes que desenvolvem as atividades lúdicas, de fácil
aprendizado e fixação para os alunos.
As
ações são sempre divididas em três estações, uma para falar sobre
queimadura e choque elétrico, outra sobre engasgo e a terceira dedicada a
situações de desmaios e quedas. Rivaldo Souza, diretor da Escola
Estadual Doutor José Maria Correia das Neves, disse que essa é a segunda
vez que a unidade recebe ações do Samu nas Escolas.
Segundo
ele, no ano passado, os temas abordados durante o projeto foram
discutidos por diferentes professores durante um mês. “Esse é um projeto
que agregou muito valor para a nossa comunidade escolar. Ele traz
conhecimento para os alunos e também para os professores que darão
continuidade a temática, visando que os jovens fixem bem na memória cada
um desses ensinamentos”, destacou o diretor.
O
aluno do 9º ano do Ensino Fundamental, William Pereira, foi um dos que
mais aproveitou as ações do Samu nas Escolas. Ele atuou como vítima de
desmaio e também durante o simulado que fechou a primeira ação do ano.
“Todos os ensinamentos que aprendi hoje vou passar para os meus pais e
vizinhos. Foi um dia muito legal e agora sei como agir quando uma pessoa
cair e quebrar algum osso. Além de imobilizar de maneira correta, tenho
que ligar o 192 para chamar o Samu”, salientou o estudante de 16 anos.
Agência Alagoas
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