domingo, 24 de março de 2019

Samu nas Escolas retoma ações para continuar reduzindo o número de trotes

Ligações indevidas eram superior a 70% das chamadas recebidas no 192


Socorristas do Samu simularam como imobilizar a vítima de um acidente
ocorristas do Samu simularam como imobilizar a vítima de um acidente Foto: Carla Cleto

Texto de João Victor Barroso

Após uma pausa para as férias e a seleção de novos acadêmicos, o projeto Samu nas Escolas foi retomado nesta sexta-feira (22), com o objetivo de conscientizar os estudantes para reduzir os trotes recebidos diariamente. As primeiras atividades aconteceram na Escola Estadual Doutor José Maria Correia das Neves e no Colégio São Jerônimo.


Quando o projeto de extensão foi iniciado em 2014, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o quantitativo de trotes era superior a 70% das ligações recebidas pelo número 192. Após passar por várias instituições públicas e particulares de ensino e tendo conversado com mais de 6 mil crianças, o projeto vem conseguindo reduzir essa estatística.


De acordo com o médico Marcos Ramalho, supervisor do Samu, no ano passado os trotes representaram 55,78% do total de ligações para o 192. Número que mostra a eficiência do Samu nas Escolas e das demais ações promovidas pelo Samu Alagoas, visando reduzir as chamadas falsas.
 Alunos conhecem interior de ambulância durante o Projeto Samu nas Escolas (Foto: Carla Cleto)


“O Samu nas Escolas tem sido o nosso principal projeto para a redução de trotes e as estatísticas estão mostrando a sua eficácia. As ações beneficiam tanto a nossa instituição, como as crianças que interagem com os socorristas, conhecendo um pouco da profissão e se inspirando para que, no futuro, sejam médicos, enfermeiros, condutores ou técnicos de enfermagem do Samu”, disse o supervisor Marcos Ramalho.
Redução no primeiro bimestre - O ano de 2019 não começou diferente, nos primeiros meses do ano, o percentual de trotes está em 43,1% das ligações recebidas. Quando comparado com o mesmo período do ano anterior, houve uma redução de 29% dessas ligações.


Em janeiro e fevereiro de 2018 foram 110.885 ligações para as duas Centrais do Samu em Alagoas, sendo 68.641 somente trotes, o que representa 61,90%. Já no primeiro bimestre de 2019, foram 84.510 chamados para o 192 e 36.427 de ligações falsas, o que mostra uma diferença de 32.214 ligações entre os períodos comparados.
 Acadêmica do Samu nas Escolas ensinou o que fazer em caso de engasgo (Foto: Carla Cleto)
Ações educativas – Para conseguir essa redução, o Samu nas Escolas conta com a participação de acadêmicos de Medicina, Enfermagem e Serviço Social da Ufal, Centro Universitário Cesmac, Universidade Integrada Tiradentes (Unit) Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal) e Uninassal. São esses estudantes que desenvolvem as atividades lúdicas, de fácil aprendizado e fixação para os alunos.


As ações são sempre divididas em três estações, uma para falar sobre queimadura e choque elétrico, outra sobre engasgo e a terceira dedicada a situações de desmaios e quedas. Rivaldo Souza, diretor da Escola Estadual Doutor José Maria Correia das Neves, disse que essa é a segunda vez que a unidade recebe ações do Samu nas Escolas.
Segundo ele, no ano passado, os temas abordados durante o projeto foram discutidos por diferentes professores durante um mês. “Esse é um projeto que agregou muito valor para a nossa comunidade escolar. Ele traz conhecimento para os alunos e também para os professores que darão continuidade a temática, visando que os jovens fixem bem na memória cada um desses ensinamentos”, destacou o diretor.
 Estudante William Pereir, participou da primeira edição do Samu nas Escolas de 2019 (Foto: Carla Cleto)


O aluno do 9º ano do Ensino Fundamental, William Pereira, foi um dos que mais aproveitou as ações do Samu nas Escolas. Ele atuou como vítima de desmaio e também durante o simulado que fechou a primeira ação do ano. “Todos os ensinamentos que aprendi hoje vou passar para os meus pais e vizinhos. Foi um dia muito legal e agora sei como agir quando uma pessoa cair e quebrar algum osso. Além de imobilizar de maneira correta, tenho que ligar o 192 para chamar o Samu”, salientou o estudante de 16 anos.

Agência Alagoas

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