Pesquisa estuda pontos em comum de alunos do Brasil, França e Portugal; especialista do Reino Unido faz palestra em Maceió
Professor Eduardo Calil e pesquisadores do Laboratório do Manuscrito Escolar Tárcila Cabral |
Texto de Tárcila Cabral
Quais
são as primeiras palavras escritas por uma criança? Quantas tentativas
são necessárias para que ela formule corretamente uma frase? A interação
pedagógica é muito distinta entre os países do globo?
Essas
e outras indagações são temáticas discutidas pelo Laboratório do
Manuscrito Escolar (LAME), que, dentro da Universidade Federal de
Alagoas (Ufal) desenvolve estudos sobre os processos de produção textual
de alunos, debatendo aspectos como criatividade, a ortografia, o
discurso direto, a pontuação.
A
pesquisa chegou ao ponto de apresentar dados colhidos em três
diferentes países (Brasil, França e Portugal) sobre a aprendizagem da
escrita infantil. A IV Jornada do Manuscrito Escolar (IV JorME), que
acontece nos dias 26 e 27 de março, na Ufal, promove uma programação
variada, incluindo sessão de palestras, mesas redondas e workshops.
Para
o coordenador do estudo, Eduardo Calil, “a divulgação de resultados de
pesquisa é parte fundamental do trabalho acadêmico-científico”. “Um dos
papeis mais importantes da universidade é a produção de conhecimento e a
sociedade precisa estar informada sobre o que seus cientistas têm feito
e descoberto. Além disso, na área de Educação, os achados científicos
sobre o desenvolvimento infantil podem contribuir significativamente
para a melhoria do ensino”, explica o doutor em linguística.
O
evento conta com um tema central “O que alunos comentam quando
escrevem?”, que vai ser discutido por dois dias. O objetivo é analisar
os textos produzidos pelos alunos em sala de aula, pois aquela
trajetória de criação, rasuras e reformulações é um rico processo
construtivo para ser compreendido por estudiosos como linguistas,
psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos. Esse compilado constitui o
manuscrito escolar, que é estudado através do Sistema Ramos, mecanismo
criado na pesquisa para capturar os processos de escritura em tempo e
espaço real da sala de aula.
O
Sistema Ramos também revela as falas das crianças durante a construção
das palavras. No três países, o estudo se apresenta igualmente relevante
e se relaciona internacionalmente com as ações previstas nos projetos
de colaboração internacional: Projeto InterWriting do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Projeto Turing
com a Fapeal.
De
acordo com a programação do evento, as palestras e mesas redondas
acontecerão no dia 26 e abordarão pautas como: A importância do Sistema
Ramos para a investigação da escrita; Formas do discurso e suas marcas
dialógicas no Brasil; Manuscritos de alunos franceses, novelas e
desenhos animados; Múltiplas representações ortográficas portuguesas;
dentre outros temas.
Já
durante a programação do dia 27 serão ofertados workshops pelos
integrantes do LAME, apresentando as bases teórico-metodológicas da
Genética Textual. Destaque também a palestra “O papel do conhecimento
metalinguístico no apoio ao desenvolvimento da escrita”, proferida pela
doutora, Debra Myhill da University of Exeter, Reino Unido. Em língua
inglesa, a palestra terá tradução simultânea no local.
Agencia Alagoas
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