Hipertensos devem adotar práticas saudáveis, dieta equilibrada e uso regular de medicamentos
Nutricionista Graça Cavalcante recomenda evitar os alimentos industrializados o máximo possível
Carla Cleto
Texto de Neide Brandão e Thallysson Alves
O
último domingo (26) foi Dia Nacional de Prevenção e Combate à
Hipertensão. A data chama atenção para cuidados que os hipertensos devem
ter durante a pandemia do novo coronavírus. O uso regular de
medicamentos, dieta equilibrada, prática de exercícios (em casa),
utilização de máscara e adoção de hábitos de higiene recomendados são
fundamentais para o controle da pressão arterial e redução dos riscos de
contaminação pela Covid-19.
O
abuso no consumo de sal também é apontado como um dos fatores que
contribuem com o desenvolvimento da hipertensão. O aumento da ingestão
de alimentos ricos em sódio, durante o período de isolamento social,
agrava ainda mais o problema. Outro fator de risco é o sedentarismo
gerado pela rotina de pouco esforço físico.
De
acordo com a cardiologista Ana Cely Setton, as principais patologias em
que o excesso de sal vai impactar negativamente são as de cunho
cardiovascular e renal. “O sódio, principal componente do sal de
cozinha, apesar de ter sua importância no equilíbrio do nosso organismo,
se ingerido em excesso pode causar danos à saúde. Este eletrólito é um
dos elementos fundamentais para o controle do volume de líquido no nosso
corpo e da regulação da pressão arterial. Seu excesso leva à retenção
de líquidos, podendo sobrecarregar o coração e ocasionar aumento da
pressão”, explicou.
Segundo
ela, a hipertensão arterial quando não tratada pode levar a doenças
renal, cardíaca e encefálica. “Os exames de rotina podem nos comprovar o
aumento de sódio no organismo e, juntamente, com o quadro clínico do
paciente, podemos diagnosticar os prováveis danos e os tratar, porém a
prevenção é sempre o melhor começo”, recomenda
Ana Cely Setton.
Em
média, a pressão ideal é de 120mmHg para a sistólica é de 80mmHg para a
diastólica, conforme afirmou a cardiologista. Podendo haver variáveis
de acordo com a idade, condições como a gestação ou patologias
associadas.
A
nutricionista Graça Cavalcante recomenda evitar os alimentos
industrializados o máximo possível. Não colocar o saleiro na mesa
durante as refeições, optar por preparações grelhadas ou assadas,
evitando pratos com muitos molhos, queijos ou mesmo fast foods. Também é
relevante ingerir alimentos ricos em potássio, como banana, laranja,
mamão, batata doce e feijão, pois ajudam a diminuir a tensão arterial e
corta os efeitos do sal.
“A
quantidade de sal indicada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) são
cinco gramas, no entanto, o brasileiro come muito mais que isto. Com o
consumo de produtos industrializados, ingerir cinco gramas de sal é uma
tarefa razoavelmente fácil. Batatas fritas e batata palha, pão francês,
bolos prontos, misturas para bolos, salgadinhos de milho, maionese e
biscoitos (doces ou salgados) são exemplos de alimentos industrializados
com grande quantidade de sódio”, pontuou.
A
nutricionista do HGE ainda lembra que a ingestão de líquidos auxilia na
eliminação do sódio em excesso pela urina e o suor. “Tomar bastante
água ajuda a eliminar as toxinas e o sódio em excesso; dois litros já
são suficientes. O uso de ervas na elaboração das receitas também é uma
boa, pois dão um sabor especial aos alimentos. Com elas é possível
evitar o sal em excesso e saborear os alimentos de uma forma especial,
da mesma forma o limão. A acidez dele vai deixar o alimento com um sabor
melhorado. Alecrim, páprica, açafrão, orégano, entre outras tantas
variedades, podem ser utilizadas. Elas, além de potencializar o sabor
dos alimentos, vão oferecer boa saúde”, destacou.
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