O Instituto Ibrape, em parceria com o CadaMinuto, ouviu mais de 2 mil alagoanos sobre temas permanentemente debatidos na sociedade, como os casos de aborto de mulheres que foram violentadas sexualmente.
O resultado mostrou que apenas 8% da população ouvida é favor que o procedimento seja realizado, enquanto 45% foram totalmente contra e 44% responderam que apoiam apenas em casos específicos.
Para a advogada Paula Lopes, que está à frente do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM) em Alagoas, o resultado da amostra é o reflexo da cultura e opressão em que as mulheres ainda vivem, mesmo em um território livre.
“Por mais exemplos de mulheres guerreiras e revolucionárias que tenhamos, é desigual a luta pela permanência da cultura patriarcal em detrimento da mudança, foram anos de exploração, foram anos de violência para a manutenção dessa cultura. Diante disso, é natural que tenhamos ainda tanta gente que pense dessa forma, mas estamos avançando”, disse Paula.
No Brasil, os casos de aborto são permitidos em casos de mulheres que foram violentadas sexualmente ou quando há risco à vida da mãe.
Paula ressaltou que o aborto é considerado como um direito que quebra a percepção da mulher como "divina" por gerar outro ser, e a sociedade se depara com a mulher humana, com vontades próprias e com livre arbítrio para decidir sobre seu corpo.
“A luta pelo direito ao aborto é o que temos de mais radical na liberdade de uma mulher, ela vai de encontro à cultura, ao patriarcado, ao machismo e ao entendimento da mulher como ser livre, no mais alto grau de sua liberdade”, completa.
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