Hospital da Mulher conta com mobiliário e equipamentos de última geração Carla Cleto |
Texto de Marcel Vital
A
maternidade do Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira, localizada no
bairro Poço, em Maceió, é de risco habitual, o que significa dizer que o
seu funcionamento é porta aberta 24 horas por dia, ou seja, não existe
marcação para o atendimento. De acordo com a diretora do hospital, Elisa
Barbosa, ao chegar no local, a paciente é atendida imediatamente. De
igual modo, a Área Lilás, ligada à Rede de Atenção às Vítimas de
Violência Sexual (RAVVS), órgão vinculado à Secretária de Estado da
Saúde (Sesau), estará à disposição das pacientes.
No
entanto, o que é referenciado no equipamento de saúde são os
ambulatórios, ou seja, as consultas são agendadas. “Não existe
agendamento local. Aqui, por exemplo, não vem ninguém da rua e marca
alguma consulta. Para ser atendido aqui é preciso passar primeiro numa
Unidade Básica de Saúde. Lá, a paciente vai ser atendida, e o médico vai
ver a necessidade de um serviço especializado”, afirmou. Os 14
ambulatórios funcionam das 7h às 21h.
De
acordo com a diretora do Hospital da Mulher, o município, em sua
Estratégia Saúde da Família (ESF), da respectiva Unidade Básica de Saúde
vai encaminhar pelo Sistema Nacional de Regulação (SisReg), explicando a
justificativa da real necessidade do atendimento da paciente. A
Regulação Médica Estadual, por sua vez, vai receber essa demanda e
organizar o agendamento. “Vamos distribuir as vagas para o SisReg e a
depender da necessidade, é que eles vão preenchendo todas as vagas”,
salientou.
Elisa
Barbosa acrescentou que foi enviada uma nota técnica explicando o
funcionamento do hospital a todos os 102 municípios alagoanos. “Eles já
estão cientes de que são eles que devem fazer essa solicitação e que, na
justificativa, deve ter o direcionamento da consulta especializada”,
disse.
Ambulatório LGBT –
O Ambulatório de Acolhimento e Cuidado Integral à Saúde das Pessoas
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) é eletivo, e
não de urgência.
Segundo
o assessor técnico de Políticas Transversais da Sesau, Robert Lincoln,
se um LGBT do município de Santa Luzia do Norte, por exemplo, quiser ser
atendido no ambulatório, ele vai ter que se encaminhar até a Secretaria
Municipal de Saúde e fazer a solicitação.
“A
regulação vai fazer a marcação para o ambulatório e para o acolhimento
no Processo Transexualizador, aos travestis e as pessoas transexuais.
Qualquer pessoa que se identifique como transexual, o SisReg vai marcar
para que esse usuário receba o acolhimento do Processo
Transexualizador”, disse.
Já
as pessoas lésbicas, gays e bissexuais, ou de qualquer outra orientação
sexual, devem solicitar pelo SisReg a consulta de enfermagem. O
atendimento terá início com um enfermeiro, assistente social e
psicólogo. A partir da avaliação desses três profissionais é que será
feito o direcionamento para as especialidades médicas, como ginecologia,
urologia, proctologia, mastologia, psiquiatria, infectologista e
endocrinologista.
“O
usuário só vai para o encaminhamento das especialidades médicas depois
que passar obrigatoriamente pelo enfermeiro, psicólogo, assistente
social e, novamente, pelo enfermeiro, pois este profissional vai fazer o
acolhimento, a escuta qualificada, uma ficha de cadastro e de
acolhimento e, com isso, vai identificar as demandas. Na segunda
consulta, ele vai ofertar os exames preventivos, avaliação de calendário
vacinal, os testes rápidos, prevenção combinada e acolhimento pelo nome
social”, explicou.
Vale
salientar que o serviço do Processo Transexualizador do SUS, que atende
aos pré-requisitos da Portaria 2.803, de 18 de novembro de 2013,
caracteriza a modalidade hospitalar, que, hoje, é implantado no Hospital
da Mulher. O serviço vai desde o acolhimento, terapia hormonal até o
acompanhamento pré e pós-cirúrgico.
De
acordo com Robert, o Hospital da Mulher não é responsável por realizar
procedimentos cirúrgicos nas pessoas transexuais, mas sim, consultas e
exames. Contudo, se uma pessoa fez uma mudança de sexo, em Recife, por
exemplo, ela vai ter todo o acompanhamento no hospital, por meio da
regulação do próprio estabelecimento de saúde ao qual se submeteu no
procedimento cirúrgico.
Oncologia – Elisa
Barbosa frisou, ainda, que o Hospital da Mulher também não faz
tratamento de câncer, mas sim uma investigação. Se for confirmado o
diagnóstico, a paciente será encaminhada para o Centro de Assistência de
Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) ou para a Unidade de Assistência
de Alta Complexidade (Unacon). “Fazemos aqui cirurgias ginecológicas,
como histerectomia, correção de períneo, cistocele, entre outras”, citou
Elisa.
Cirurgias – Para
realizar cirurgias no Hospital da Mulher, a paciente precisa ir até a
Unidade Básica de Saúde, onde ela vai enviar um encaminhamento pelo
Sistema Nacional de Regulação, o Sisreg. “Ela vai passar pelo médico
daqui, que vai fazer uma consulta, ver os exames, solicitar o
pré-operatório, caso ainda não tenha, para marcar a cirurgia”,
acrescentou.
Agência Alagoas
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