Ações incluem também clubes juvenis e estudos orientados; modalidade, que tem jornada ampliada de nove horas, já chega a 53 escolas do Estado
Disciplinas eletivas, como a de experimentos químicos, permitem maior apropriação de um conhecimento específico José Arnaldo |
Texto de Ana Paula Lins
O
fomento ao ensino integral é uma das principais políticas do Governo de
Alagoas para a educação nos últimos quatro anos. A modalidade, presente
em 53 escolas, é uma proposta inovadora: mais do que uma jornada de
ensino ampliada, onde o aluno permanece na escola por cerca de nove
horas, ela possibilita que o jovem tenha uma aprendizagem mais ampla e
diversificada por meio de projetos.
As
ações incluem disciplinas eletivas, projetos integradores, estudos
orientados e clubes juvenis. “No ensino integral temos diversas
atividades complementares que enriquecem o conhecimento e a formação do
aluno e são experiências máximas de protagonismo juvenil. Por exemplo,
enquanto os projetos integradores são uma proposta de intervenção dos
estudantes para um problema ou demanda do território e comunidade, as
disciplinas eletivas permitem maior apropriação de um conhecimento
específico”, explica o supervisor de Ensino Médio da Secretaria de
Estado da Educação (Seduc), Daniel Macedo.
Na
Escola Estadual Princesa Isabel, localizada no Cepa, em Maceió, são 16
ofertas eletivas e oito projetos integradores distribuídos entre turmas
da 1a a 3a série do ensino médio. Duas vezes ao
ano, cada turma apresenta as ações desenvolvidas no semestre. “Também
temos os clubes juvenis, onde os alunos desenvolvem atividades de seu
interesse, e os estudos orientados, onde podem esclarecer dúvidas e
sanar deficiências em determinadas disciplinas. Todas estas ações,
juntas, propiciam uma forma diferenciada de aprendizagem, que prende a
atenção e foge da rotina”, avalia a articuladora de ensino Jane Rouse
Mendes.
Eletivas – Robótica,
conversação em inglês, experimentos químicos, produção de texto,
astronomia, teatro, experimentos matemáticos, dança, eletricidade e
artesanato são algumas das disciplinas eletivas oferecidas na Escola
Estadual Princesa Isabel.
Para Victória Aracy, aluna da 1a série
do ensino médio matriculada na disciplina de conversação em inglês, as
eletivas propiciam uma aprendizagem mais ampla. Ela também elogia a
estrutura da escola e do ensino integral. “A estrutura e o ensino são
excelentes, tudo muito organizado. É a melhor escola onde já estudei”,
assegura a estudante.
Já as estudantes Gislaine Francine, da 2a série
do ensino médio, Anne Priscila Gomes e Gabriele Alves enxergam na
eletiva de experimentos químicos a abertura de portas para o futuro
profissional. Gislaine almeja ser perita criminal, enquanto Gabriele
quer ser médica. Elas também apontam os benefícios do sistema integral:
“Aqui, os professores vão muito além dos livros, temos mais conteúdo e
mais oportunidade de nos expressarmos”, observa Gabriele, vinda de
escola particular. “Existe uma união muito forte, somos uma família”,
complementa Gislaine.
As
eletivas também permitem aos professores abordarem seus conteúdos sob
uma nova perspectiva. É o caso de Juliane Indiane e Humberto Rodas,
professores de matemática e física e titulares, respectivamente, das
disciplinas de experimentos matemáticos e eletricidade. “Por meio da
oferta eletiva, mostramos uma matemática mais lúdica, trabalhando
habilidades como raciocínio lógico”, pontua Juliane. “Na disciplina de
eletricidade, por exemplo, o aluno pode aprofundar e adiantar assuntos
que só verá adiante na grade curricular convencional”, revela Humberto.
Integração com a comunidade –
Já os projetos integradores permitem que os alunos reflitam sobre seus
territórios e comunidades e apresentem propostas para o atendimento a
demandas existentes no entorno.
Aluna
da 3ª série do ensino médio, Clécia Maria da Silva encenou uma peça
teatral com seus colegas para chamar atenção para a necessidade de se
respeitar os direitos dos idosos. “Muitas pessoas, principalmente
jovens, ainda desrespeitam os mais velhos, por exemplo, ocupando o
assento preferencial nos ônibus. Nossa peça foi justamente para promover
essa conscientização”, afirma Clécia. Para ela, a principal vantagem do
projeto integrador é se ter uma vivência prática da aprendizagem.
Raynara
Kawane, estudante da 2ª série do ensino médio, faz parte do projeto
sobre os direitos da mulher. Por meio de uma poesia de sua autoria,
falou como a mulher deve proceder para combater a violência doméstica e o
preconceito. Para ela, o ensino integral propicia um tempo de estudo
mais produtivo para o estudante. “Esse modelo nos estimula a sermos mais
participativos e a contribuirmos mais com a sociedade”, opina.
O
projeto integrador também ajuda a mudar hábitos. É o caso do estudante
Pedro Henrique Moreira, da 1ª série, participante do projeto de
alimentação saudável, que tem atividades práticas na horta da escola.
Ele aprimorou sua capacidade de trabalhar em equipe e mudou seus hábitos
alimentares. “A alimentação saudável previne muitas doenças. Graças ao
projeto e ao trabalho na horta, aprendi a comer coisas que eu não
gostava antes, como couve, milho e acerola”, conta o garoto.
Agência Alagoas
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