Governo fortalece política de inserção social e garante acesso ao ensino básico e possibilidade de profissionalização com vistas ao mercado de trabalho
Seris oferta educação em diversas modalidades de ensino aos reeducandos Ascom Seris |
Texto de Bruno Soriano e Janaina Marques
A
Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris)
realizou, nesta quarta-feira (3), a cerimônia de abertura do ano letivo
no sistema prisional alagoano, fortalecendo a oferta do ensino básico às
pessoas privadas de liberdade. Este ano, mais de 400 reeducandos
poderão cursar o ensino fundamental e médio por meio da modalidade
Educação de Jovens e Adultos (EJA), além da possibilidade de
profissionalização com vistas ao mercado de trabalho.
A
formação dos reeducandos é fruto de parceria com a Secretaria de Estado
da Educação (Seduc), que mobiliza profissionais da Escola Estadual
Educador Paulo Jorge dos Santos, referência na educação penitenciária e
socioeducativa. Presente à solenidade, a gerente de Educação, Produção e
Laborterapia da Seris, agente penitenciária Andréa Rodrigues, destacou a
importância da assistência ofertada aos presos e, com ela, o combate à
reincidência, lembrando também a oferta de cursos de ensino superior,
bem como o alcance do projeto LÊberdade – que permite a remição da pena
por meio da leitura.
“A
educação nas prisões ainda é vista como uma fantasia por muita gente.
Muitos ainda acreditam que não é possível colher nenhum fruto entre os
reeducandos. Porém, ao longo de quase uma década à frente da assistência
educacional no complexo penitenciário de Alagoas, cheguei à conclusão
de que somente a educação associada à qualificação profissional e ao
trabalho é capaz de transformar a vida dessas pessoas, de modo que todas
elas possam retornar à sociedade com uma nova perspectiva, afastando-as
em definitivo do mundo do crime”, afirmou a gerente.
Para
o reeducando Rodrigo Correia, a educação transformou a forma de ver o
mundo ao redor dele. Ao ingressar no sistema prisional, seis anos atrás,
ele já estava há dez anos sem frequentar uma sala de aula. Com a
oportunidade dada no sistema prisional, Correia concluiu o ensino médio e
já tem planos de ingressar em um curso superior. “A educação faz com a
gente crie novas formas de ver a vida. Ela promove o crescimento através
do conhecimento”, disse Rodrigo.
Mário
Cesar de Souza, diretor adjunto da Escola Paulo Sérgio, ressaltou que,
depois que começou a atuar na educação prisional, descobriu o quanto é
gratificante trabalhar na área, pois, segundo ele, o trabalho
desenvolvido dentro das unidades penitenciárias vai além do ensino. “Ao
chegar aqui, percebi que o nosso trabalho não se restringe a ensinar,
mas vai bem além. É um resgate à cidadania, ao conhecimento e,
principalmente, um resgate a vidas por meio da educação”, frisou o
diretor. O evento também contou com a palestra do professor
universitário, Cesar Nonato, que abordou o tema “Educação no cárcere
como agente transformador”.
Atualmente
o sistema penitenciário alagoano proporciona oportunidade de educação
em todas as modalidades de ensino: fundamental, médio, técnico e
superior. As aulas acontecem dentro das unidades do complexo prisional,
em Maceió, e no presídio do Agreste, no município de Girau do Ponciano.
Os custodiados também participam de exames como o Exame Nacional de
Certificação para Jovens e Adultos (Enceja) e o Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem). Atuando no sistema prisional alagoano desde 2011, a
supervisão de Educação da Seris já beneficiou milhares de apenados por
meio do estudo.
Agência Alagoas
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