Resultado no mês passado é quase 27% inferior a 2018; Maceió também tem menor Índice desde o início da série histórica
Dados foram apresentados nesta terça-feira (9), pelo governador Renan Filho e pela cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), no Palácio República dos Palmares. Foto: Márcio Ferreira |
Texto de Petrônio Viana
O
mês de março de 2019 entrou para a história de Alagoas com o menor
número de homicídios registrados desde o início da série histórica que
contabiliza os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no Estado,
iniciada em 2011. Seguindo a mesma tendência, a capital, Maceió, também
registrou o menor saldo de homicídios nos últimos oito anos. De acordo
com os dados do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da
Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), foram 101 homicídios
ocorridos no mês em todo o Estado, dois a menos que no mês de julho de
2018, menor número registrado até então. Com relação aos 138 homicídios
de mês de março do ano passado, a redução foi de 26,8%.
Os
dados foram apresentados nesta terça-feira (9), pelo governador Renan
Filho e pela cúpula da SSP no Palácio República dos Palmares. Na
avaliação do governador, a expectativa do Estado é que os dados de 2019
sejam melhores que os do ano passado. “É importante ressaltar que 2018
foi o ano com a maior redução no número de homicídios no Estado desde o
início da série histórica, apontando uma tendência de queda
significativa para 2019. Vale dizer que a gente teve, durante muito
tempo, algo em torno de 200 homicídios no mês de março. Foram 232 em
2011, 208 em 2012, 218 em 2013, e agora a gente teve 101. Ou seja, nesse
mês, quase ficamos abaixo de 100 homicídios pela primeira vez”,
destacou Renan Filho.
Os
dados referentes aos primeiros três meses do ano também foram abordados
pelo governador, apontando para a redução gradativa nos números da
violência no Estado. “De janeiro a março, a gente observa que já foram
registrados 627 homicídios em 2017, quando tivemos uma discrepância por
causa da guerra de facções no sistema prisional em todo o Brasil. Mas
tivemos 316 nesse primeiro trimestre de 2019, com uma média de 105
homicídios por mês. No ano passado, foram 416, ou seja, no trimestre, de
janeiro a março deste ano, nós diminuímos 24% o número de mortes contra
2018, que já tinha sido o melhor trimestre de toda a série histórica.
Assim, preservamos, em três meses, 100 vidas. Isso é algo muito
significativo”, apontou Renan Filho.
Maceió
Na
capital alagoana, os efeitos do aumento no efetivo das polícias e da
ação intensificada nas regiões consideradas mais violentas também podem
ser percebidos. Em março deste ano, foram registrados 28 homicídios em
Maceió, três a menos do que em maio de 2017, que detinha o menor índice
até o mês passado. Com relação a março do ano passado, quando foram
registrados 45 homicídios na capital, a redução foi de 37,7%. “Já
chegamos a ter quase três homicídios por dia em Maceió. Em outubro de
2011, foram 110 homicídios na capital, quase quatro por dia. Em março
deste ano, pela primeira vez desde o início dessa série histórica,
tivemos menos de uma morte por dia na capital durante o mês, com 28
mortes em 31 dias”, lembrou Renan Filho.
O
secretário de Estado da Segurança Pública, Lima Junior, explicou ainda
que o Estado de Alagoas manteve uma postura de contabilizar, nos dados
apresentados nesta terça-feira, as mortes provocadas por resistência à
prisão, ao contrário do que estabeleceu a portaria 229/2018, do
Ministério da Justiça. Considerando a portaria e retirando os números
relacionados às mortes em confrontos com a polícia, Alagoas registrou um
número inferior a 100 homicídios em cada um dos três primeiros meses do
ano, sendo 99 em janeiro, 97 em fevereiro e 96 em março. “Com essa
portaria, as resistências à prisão não entram mais como CVLI. Se nós
tivéssemos seguido essa portaria desde dezembro, já teríamos três meses
abaixo de três dígitos”, disse.
“A
uniformização dos dados no Brasil reduz ainda mais o número de mortes
em Alagoas. Nós temos uma estatística mais rigorosa e mais transparente
do que a utilizada pelo Ministério da Justiça. Eu acho que a gente deve
informar sim a resistência à prisão, aferir esse número, que não pode
ser muito grande. E a gente observa em Alagoas que, em março, a gente
teve 101 CVLIs, sendo 96 homicídios. Ou seja, a maior parte das mortes
que ocorrem em Alagoas são homicídios praticados, sobretudo, por grupos
criminosos, muito localizados ainda no tráfico de drogas”, reforçou o
governador Renan Filho.
“Já
estamos começando a chegar a um ponto em que, sinceramente, a própria
segurança pública achava que não chegaríamos. Eu dizia lá atrás que
queria ver Alagoas com menos de 100 homicídios. E, naquela época,
estávamos com uma média em torno de 200. Era uma meta muito distante, e
agora ela está bem próxima. Tivemos uma média, nos últimos três meses,
de 105 homicídios. Com o fortalecimento das políticas de prevenção, de
educação, geração de emprego e com o fortalecimento do aparato de
segurança pública, certamente vamos baixar de 100 homicídios nos
próximos meses e vamos continuar dando exemplo ao Brasil”, disse o
governador.
Assaltos a coletivos
Outra
modalidade emblemática de crime que vem mantendo a curva descendente no
Estado é o assalto a coletivos. Nesse caso, a redução registrada em
Maceió em março chegou a 68,3% em comparação com o mesmo mês de 2018,
com apenas 13 ocorrências contra 41. A eficiência do combate gradativo a
esse tipo de crime fica clara na comparação com os anos anteriores,
quando foram registradas 117 ocorrências em 2016 e 46 em 2017. Se
considerado o primeiro trimestre, a redução é de 70,2% comparado ao
período de janeiro a março do ano passado.
“O
assalto a coletivo é uma das modalidades de crime que mais gera pânico
no cidadão, que vai todos os dias trabalhar de ônibus. Em Maceió, andam
de ônibus 250 mil pessoas todos os dias. Esses crimes chegaram a 113 em
março de 2014 e 117 em março de 2016. No mês passado, tivemos 13
assaltos a coletivos. Quando a gente olha de janeiro a março, foram 308
assaltos a coletivos nesse período em 2014, mais de três por dia. No
primeiro trimestre de 2018, foram 104 assaltos nesses três meses. Este
ano, chegamos a 31 assaltos. No trimestre, tivemos uma redução de mais
de 70% com relação a 2018, que já havia sido o melhor ano da série
histórica. Esse provavelmente é o melhor resultado do Brasil e um
resultado muito importante principalmente para o cidadão de baixa
renda”, ressaltou o governador Renan Filho.
Agência Alagoas
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