terça-feira, 9 de abril de 2019

Alagoas registra o menor número de homicídios no 1º trimestre do ano desde 2011

Resultado no mês passado é quase 27% inferior a 2018; Maceió também tem menor Índice desde o início da série histórica


Dados foram apresentados nesta terça-feira (9), pelo governador Renan Filho e pela cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), no Palácio República dos Palmares.
Dados foram apresentados nesta terça-feira (9), pelo governador Renan Filho e pela cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), no Palácio República dos Palmares. Foto: Márcio Ferreira
Texto de Petrônio Viana

O mês de março de 2019 entrou para a história de Alagoas com o menor número de homicídios registrados desde o início da série histórica que contabiliza os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no Estado, iniciada em 2011. Seguindo a mesma tendência, a capital, Maceió, também registrou o menor saldo de homicídios nos últimos oito anos. De acordo com os dados do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), foram 101 homicídios ocorridos no mês em todo o Estado, dois a menos que no mês de julho de 2018, menor número registrado até então. Com relação aos 138 homicídios de mês de março do ano passado, a redução foi de 26,8%.

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (9), pelo governador Renan Filho e pela cúpula da SSP no Palácio República dos Palmares. Na avaliação do governador, a expectativa do Estado é que os dados de 2019 sejam melhores que os do ano passado. “É importante ressaltar que 2018 foi o ano com a maior redução no número de homicídios no Estado desde o início da série histórica, apontando uma tendência de queda significativa para 2019. Vale dizer que a gente teve, durante muito tempo, algo em torno de 200 homicídios no mês de março. Foram 232 em 2011, 208 em 2012, 218 em 2013, e agora a gente teve 101. Ou seja, nesse mês, quase ficamos abaixo de 100 homicídios pela primeira vez”, destacou Renan Filho.
 Márcio Ferreira
Os dados referentes aos primeiros três meses do ano também foram abordados pelo governador, apontando para a redução gradativa nos números da violência no Estado. “De janeiro a março, a gente observa que já foram registrados 627 homicídios em 2017, quando tivemos uma discrepância por causa da guerra de facções no sistema prisional em todo o Brasil. Mas tivemos 316 nesse primeiro trimestre de 2019, com uma média de 105 homicídios por mês. No ano passado, foram 416, ou seja, no trimestre, de janeiro a março deste ano, nós diminuímos 24% o número de mortes contra 2018, que já tinha sido o melhor trimestre de toda a série histórica. Assim, preservamos, em três meses, 100 vidas. Isso é algo muito significativo”, apontou Renan Filho.

Maceió

Na capital alagoana, os efeitos do aumento no efetivo das polícias e da ação intensificada nas regiões consideradas mais violentas também podem ser percebidos. Em março deste ano, foram registrados 28 homicídios em Maceió, três a menos do que em maio de 2017, que detinha o menor índice até o mês passado. Com relação a março do ano passado, quando foram registrados 45 homicídios na capital, a redução foi de 37,7%. “Já chegamos a ter quase três homicídios por dia em Maceió. Em outubro de 2011, foram 110 homicídios na capital, quase quatro por dia. Em março deste ano, pela primeira vez desde o início dessa série histórica, tivemos menos de uma morte por dia na capital durante o mês, com 28 mortes em 31 dias”, lembrou Renan Filho.
Márcio Ferreira
O secretário de Estado da Segurança Pública, Lima Junior, explicou ainda que o Estado de Alagoas manteve uma postura de contabilizar, nos dados apresentados nesta terça-feira, as mortes provocadas por resistência à prisão, ao contrário do que estabeleceu a portaria 229/2018, do Ministério da Justiça. Considerando a portaria e retirando os números relacionados às mortes em confrontos com a polícia, Alagoas registrou um número inferior a 100 homicídios em cada um dos três primeiros meses do ano, sendo 99 em janeiro, 97 em fevereiro e 96 em março. “Com essa portaria, as resistências à prisão não entram mais como CVLI. Se nós tivéssemos seguido essa portaria desde dezembro, já teríamos três meses abaixo de três dígitos”, disse.

“A uniformização dos dados no Brasil reduz ainda mais o número de mortes em Alagoas. Nós temos uma estatística mais rigorosa e mais transparente do que a utilizada pelo Ministério da Justiça. Eu acho que a gente deve informar sim a resistência à prisão, aferir esse número, que não pode ser muito grande. E a gente observa em Alagoas que, em março, a gente teve 101 CVLIs, sendo 96 homicídios. Ou seja, a maior parte das mortes que ocorrem em Alagoas são homicídios praticados, sobretudo, por grupos criminosos, muito localizados ainda no tráfico de drogas”, reforçou o governador Renan Filho.
 Márcio Ferreira
“Já estamos começando a chegar a um ponto em que, sinceramente, a própria segurança pública achava que não chegaríamos. Eu dizia lá atrás que queria ver Alagoas com menos de 100 homicídios. E, naquela época, estávamos com uma média em torno de 200. Era uma meta muito distante, e agora ela está bem próxima. Tivemos uma média, nos últimos três meses, de 105 homicídios. Com o fortalecimento das políticas de prevenção, de educação, geração de emprego e com o fortalecimento do aparato de segurança pública, certamente vamos baixar de 100 homicídios nos próximos meses e vamos continuar dando exemplo ao Brasil”, disse o governador.

Assaltos a coletivos

Outra modalidade emblemática de crime que vem mantendo a curva descendente no Estado é o assalto a coletivos. Nesse caso, a redução registrada em Maceió em março chegou a 68,3% em comparação com o mesmo mês de 2018, com apenas 13 ocorrências contra 41. A eficiência do combate gradativo a esse tipo de crime fica clara na comparação com os anos anteriores, quando foram registradas 117 ocorrências em 2016 e 46 em 2017. Se considerado o primeiro trimestre, a redução é de 70,2% comparado ao período de janeiro a março do ano passado.

“O assalto a coletivo é uma das modalidades de crime que mais gera pânico no cidadão, que vai todos os dias trabalhar de ônibus. Em Maceió, andam de ônibus 250 mil pessoas todos os dias. Esses crimes chegaram a 113 em março de 2014 e 117 em março de 2016. No mês passado, tivemos 13 assaltos a coletivos. Quando a gente olha de janeiro a março, foram 308 assaltos a coletivos nesse período em 2014, mais de três por dia. No primeiro trimestre de 2018, foram 104 assaltos nesses três meses. Este ano, chegamos a 31 assaltos. No trimestre, tivemos uma redução de mais de 70% com relação a 2018, que já havia sido o melhor ano da série histórica. Esse provavelmente é o melhor resultado do Brasil e um resultado muito importante principalmente para o cidadão de baixa renda”, ressaltou o governador Renan Filho.

Agência Alagoas

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