Foto: IFAL |
Por
que é importante romper o silêncio e tratar do tema suicídio? É
com este questionamento que a equipe de Assistência Estudantil (AE)
do Instituto Federal Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, dá
inícios as suas ações referentes ao Setembro Amarelo, movimento
mundial cujo intuito é conscientizar a sociedade acerca de uma
realidade que é este grave problema.
A
iniciativa no campus terá início na próxima terça-feira, 11, dia
em que ocorrerá o retorno das férias, com entrega de laços
amarelos para os alunos. Já no dia 12, haverá uma caminhada em
torno do campus para distribuição do material informativo produzido
para a campanha. O momento contará com a participação de discentes
e servidores que se solidarizarem à causa.
A
psicóloga Fátima Pimentel alerta sobre a importância em tratar a
temática. “Existe um mito com relação ao suicido. A sociedade se
cala com este problema que é de saúde pública. As pessoas se calam
pois acham que podem incentivar outras a cometer o ato, mas sabemos
que isso não é verdade”, explica.
Para
ela, isso é algo que pode ser discutido e evitado por todos e não
apenas profissionais da área. “Apenas com o fato de você escutar
o outro e não minimizar aquilo já pode evitar que o indivíduo
cometa o suicídio. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)
apontam que mais
de 1,2 milhão de garotos e garotas perdem a vida todos os anos por
causas evitáveis e
suicídio”,
diz.
As informações ainda são alarmantes quando colocam o suicídio e a
morte acidental por autoagressão como a terceira causa de óbitos
entre jovens de 15 a 19 anos.
Segundo
Ana
Almeida, assistente social da instituição, esta é uma realidade
oriunda do próprio reflexo do capitalismo e das pressões sociais as
quais são impostas às pessoas. “É nítido que atualmente temos
uma qualidade de diálogo bem maior do que antes entre pais e filhos.
O fato é que essa imposição de modelos trazidos pelo capitalismo,
seja relativos a padrão de beleza, dinheiro, status e classe social,
gera as frustrações no indivíduo e cada um lida com isso de uma
forma diferente e há pessoas que não aguentam”, opina.
Para
as profissionais, entre os adolescentes, o bullying e aceitação em
grupos acarretam este comportamento. “Essas
oscilações constantes nos jovens são motivos de alerta para os
pais. Euforia ou tristeza em demasia são fatores de atenção. Além
disso, é importante analisar o histórico familiar do adolescente.
Se já houve algum parente que tenha cometido o suicídio, ou se o
jovem tem uma fragilidade emocional”, ressalta Fátima.
Para
a equipe de AE, o envolvimento dos professores nestas ações é
fundamental para a campanha. “Em sala, os docentes
estão
mais próximos de alunos e eles podem perceber essas mudanças de
comportamento. Essa primeira escuta é fundamental para salvar essas
pessoas propensas e
ao perceber situações como essas que informem à Assistência
Estudantil para que se encaminhe a um profissional competente”,
lembra Ana.
Para
que as ações fossem possíveis, a AE conta com a ajuda dos
estagiários de Psicologia do campus: Caio Ferraz e Matheus Rocha
Como surgiu o Setembro Amarelo?
A
cor amarela é usada para representar o mês da prevenção do
suicídio por causa de Dale Emme e Darlene Emme. O casal foi o início
do programa de prevenção de suicídio “fita amarela”, ou
“Yellow Ribbon” em inglês.
Em
1994, Mike Emme, filho do casal, com apenas 17, se matou. Mike era
conhecido por sua personalidade caridosa e por sua habilidade
mecânica. Restaurou um Mustang 68 e o pintou de amarelo. Mike amava
aquele carro e por causa dele começou a ser conhecido como “Mustang
Mike”.
Em
2003 a OMS instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da
Prevenção do Suicídio, e o amarelo do mustang de Mike é a cor
escolhida para representar este sentimento. Fonte: Assessoria IFAL
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