Neide Brandão / Ascom Sesau
O Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, está na vanguarda da inovação quando o assunto é o diagnóstico nutricional. A introdução do ultrassom para avaliação da composição corporal de pacientes críticos marca o primeiro uso deste tipo de diagnóstico em hospitais do Estado e promete revolucionar a forma como os profissionais de saúde abordam a nutrição em ambientes de cuidados intensivos.
A coordenadora da Nutrição da unidade hospitalar, Sarah Oliveira, destacou a importância desta nova ferramenta. Ela explicou que a perda muscular em pacientes críticos é uma preocupação comum, devido a fatores como imobilização prolongada, estado inflamatório, gravidade da doença de base, complicações metabólicas e dificuldades na ingestão adequada de nutrientes essenciais.
"Nesses pacientes, o acompanhamento do estado nutricional é essencial, mas desafiador devido às limitações práticas em ambientes de cuidados intensivos. Nesse contexto, a ultrassonografia tem emergido como uma ferramenta promissora à beira leito para avaliação de massa muscular", ressaltou Sarah Oliveira.
A avaliação da composição corporal por ultrassom oferece uma abordagem prática, não invasiva e segura, permitindo aos profissionais de saúde a condução de intervenções nutricionais mais precisas e eficazes. De acordo com a nutricionista, o uso da ultrassonografia proporciona um acompanhamento mais detalhado dos desfechos nutricionais dos pacientes críticos, auxiliando na formulação de estratégias nutricionais que visam minimizar as perdas e promover a recuperação.
"A terapia nutricional tem como objetivo ser assertiva e minimizar as perdas nutricionais desses pacientes. Por isso, a equipe de nutrição, em colaboração com a equipe médica da UTI, está constantemente aprimorando a avaliação nutricional para assegurar condutas que otimizem a recuperação dos pacientes cardíacos internados no hospital", salientou Sarah Oliveira.
Cynthia Paes, nutricionista responsável pelo acompanhamento na UTI do hospital, enfatizou que a avaliação de composição corporal em pacientes na UTI é de extrema importância para que se acompanhem os desfechos destes pacientes dentro do ambiente. “Em geral, os pacientes precisam de um aporte nutricional mais adequado e para isso trabalhamos com indicadores e ferramentas que nos propiciam uma segurança para fazermos uma conduta mais assertiva”, pontuou.
De acordo com o médico intensivista, Thalis Braga, a ultrassom veio para somar com o trabalho já feito em UTI. “Agora não precisamos mais levar pacientes graves e entubados para realizar exames fora da área. Hoje avaliamos via ultrassom beira leito, que, neste caso, observa, através dos músculos do paciente, se está se alimentando bem ou não, pontuando uma melhora ou piora e evidenciando a qualidade da assistência do paciente”, explicou.
Beneficiado
O ex-jogador de futebol do CSA, Jorge Nunes, é um dos pacientes que está sendo beneficiado pelo exame. Ele precisou de uma revascularização e se recupera na UTI.
“Cheguei a pensar se faria ou não o procedimento cirúrgico, acredita? Mas o médico me alertou que era uma escolha entre viver ou não. Eu estava tendo uns picos de pressão todas as noites há mais ou menos dois anos. Nos exames foi constatado vários entupimentos e daí a necessidade da cirurgia. Sou muito grato a este hospital e ao cuidado comigo. Aqui tem os melhores e toda a tecnologia disponível! Até minha alimentação é avaliada por ultrassom! E eu tenho me saído muito bem, segundo os especialistas”, falou sorrindo.
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