Fabiana Silva
O primeiro parágrafo do artigo
14 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é incisivo ao declarar
que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias”. O projeto Vacina+, iniciativa da Secretaria
Extraordinária da Primeira Infância (Secria), foi desenvolvido a fim de
contribuir para que essa lei seja cumprida. Neste sábado (25), o Vacina+
aconteceu em Messias e a ação aplicou 106 doses em crianças de até 2
anos de idade que estavam com vacinas atrasadas.
Quando o assunto é vacinação, o ideal é sempre ter 100% de cobertura. O tolerável é pelo menos 95%. Em Messias, a vacinação para o público-alvo ficou um pouco abaixo de 76%. O índice levou a Secria a aplicar o projeto Vacina+ no município, que foi o primeiro a receber o dia D.
A ação aconteceu no Colégio Dina Fonseca. Foram vacinadas 39 crianças e aplicadas 106 doses. Isso representa 17,25% do público-alvo esperado. Para a gerente de Saúde da Secria, Carol Leite, o resultado é muito significativo. “Acredito que foi um avanço. Segundo a equipe do município, após o recolhimento dos cartões para a realização do censo, muitas mães já adiantaram a ida ao posto de saúde para completar o calendário vacinal das crianças”, explicou.
O comentário é
referente à etapa anterior do projeto. Após detectar o baixo índice de
vacinação, a Secria solicita ao município que os agentes de saúde
recolham as cadernetas de vacina que são analisadas pelos técnicos do
Programa Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado da Saúde
(Sesau). Ao devolver o documento aos pais, em caso de atraso, o agente
de saúde já comunica, o que levou muitos a já se anteciparem.
Em
Messias, no dia 15 de março, a equipe do PNI analisou 342 cadernetas de
vacina. Desse total, 116 estavam em dia. De acordo com o levantamento,
226 crianças estão com vacinas em atraso. No dia D, vários imunizantes
foram disponibilizados, a exemplo da tríplice viral, febre amarela,
pneumo 10, penta, BCG, DTP, entre outras. O Vacina+ vai acontecer em
mais 20 municípios alagoanos este ano.
Hora da agulha
Pipoca, algodão doce, outras guloseimas, pula-pula, piscina de bola e até apresentação do ballet de Messias. Tudo para aliviar o medo e a dor da agulha. Após a aplicação, cada criança recebeu o Certificado da Coragem por ter enfrentado a "temida agulha e vencido a batalha com bravura".
A dona de casa Rayane dos
Santos Souza, 23 anos, mãe do Henry, 1,7 meses, o levou para tomar a
primeira dose contra Covid-19. “É muito importante para crescer
saudável. Só faltava mesmo essa”, disse. Esse senso de responsabilidade
levou outros pais a participarem do dia D, como Maria Cleonice da Silva,
mãe de Maria Alice de Oliveira, 1,3 ano. “A agente de saúde disse que
tinha vacina atrasada e falou pra eu trazer ela hoje”, comentou.
Em
uma presença mais tímida, alguns pais foram sozinhos ou com suas
companheiras para a vacinação. O pedreiro Erivaldo Santana reservou o
sábado para acompanhar a esposa e os filhos Enzo, 1,9 meses, que foi
imunizado contra febre amarela, e Gabriely, que fará dois meses, para
atualizarem as cadernetas de vacina. Gabriely tomou a BCG. O casal
residia em Flexeiras e se mudou para Messias recentemente.
A
coordenadora de Atenção Básica de Messias, Mychelly Martins, informou
que o município realizou em dois momentos ações do dia D para vacinas
específicas e não surtiram o efeito esperado. “Este mês, mudamos a
estratégia com a busca ativa nas residências e, em parceria com
assistência social por causa do Bolsa Família, pois a caderneta em dia
será pré-requisito para ter acesso ao programa”, afirmou. Segundo ela, a
pandemia contribuiu muito para a redução da cobertura vacinal em
Messias.
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