Thallysson Alves / Ascom HGE
A Nefrologia também está entre as especialidades de referência do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Em 2022, a equipe assistiu 188 pacientes que se submeteram a hemodiálise na unidade, 172 adultos e 16 crianças, na faixa etária de 1 a 13 anos. Todos foram assistidos por uma equipe multidisciplinar, sendo a hemodiálise o tratamento que mais prevaleceu, com 989 sessões, 917 em adultos e 72 em crianças.
O correto diagnóstico e o tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente relacionadas ao rim, é a missão dos nefrologistas, que assistem todos os pacientes com indicação na maior unidade de urgência e emergência de Alagoas. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que no Brasil mais de dez milhões de pessoas convivem com a Doença Renal Crônica (DRC).
“Diabéticos, hipertensos, tabagistas, obesos, idosos, cardiopatas e com histórico familiar precisam redobrar os cuidados, pois estão mais propensos a desenvolver insuficiência renal, seja da forma aguda ou mesmo crônica, onde a doença já se estabeleceu. Para piorar, a pandemia de Covid-19 foi responsável pelo aumento dos casos de pacientes internados que apresentaram algum tipo de lesão renal, a chamada injúria renal aguda, principalmente os acometidos de comorbidades prévias”, alertou o médico nefrologista Rogério Carnaúba.
Constatação
Entre os cidadãos que contam com o serviço do HGE está o cacique da aldeia Katokinn, Jaime Correia de Souza. Com 75 anos, ele conta que teve uma vida cheia de aventuras, fugindo de perseguições, se alinhando a guerrilhas, conhecendo grandes líderes, mas, também, foi acometido por preocupantes doenças, como a malária e o novo coronavírus. Ambas as doenças deixaram sequelas que o obrigam a ter mais atenção com a sua saúde.
“É da nossa terra, que fica no município de Pariconha, que retiramos os nossos medicamentos, os nossos alimentos, a nossa água, entre outras necessidades para a sobrevivência. Quando estive internado em São Paulo, a equipe médica descobriu que eu tinha um problema no coração que precisava ser tratado com urgência. Depois de algum tempo, sofri dois derrames [como é chamado o Acidente Vascular Cerebral] e fui atendido aqui no HGE. Agora estou de volta com complicações”, disse o líder indígena.
Segundo o médico Rogério Carnaúba, o cacique da aldeia Katokinn tem múltiplas comorbidades sem acompanhamento prévio de especialistas, nesse caso o nefrologista. Ele comenta que são pacientes que muitas vezes não sabem que tem uma DRC ou mesmo percebe que há uma alteração na função renal. Entretanto, encontram no maior hospital de Urgência e Emergência de Alagoas os equipamentos necessários para o conhecimento de seu real quadro de saúde.
“Ele já deu entrada com alteração da creatinina, que é um dos principais marcadores da função renal. Desde a sua admissão, a nossa equipe está, diariamente, fazendo avaliações, que inclui os parâmetros clínicos, balanços hídricos, checagens dos exames etc. Apesar da estabilidade clínica, ele evoluiu com piora das escórias nitrogenadas, como creatinina e ureoa, diminuiu a diurese e começou a apresentar distúrbios hidroeletrolíticos, por isso foi necessário o início da Terapia Renal Substitutiva. Hoje estamos na quarta sessão de hemodiálise e o mesmo vem com relativa melhora, sem hipercalemia, ou seja, o potássio alto”, relatou o nefrologista.
A equipe de hemodiálise do HGE conta com nove nefrologistas adultos e quatro nefropediatras, dois enfermeiros e seis técnicos de enfermagem. Ela atua de domingo a domingo, das 7 às 19h, sempre que há a identificação. O foco é estabilizar o doente para a continuidade da assistência; e o perfil do paciente assistido com frequência envolve politraumatizados, diabéticos, hipertensos, queimados e com quadros gravíssimos de infecção.
Nesta quinta-feira (9), o mundo dedica o dia para reforçar a conscientização sobre a crescente presença de doenças renais e a necessidade de adoção de hábitos preventivos. O primeiro passo que todos devem cumprir, conforme as pesquisas, é controlar os níveis de glicemia e de pressão arterial, uma vez que a Diabetes e a Hipertensão são as doenças que mais levam à insuficiência renal.
“Principalmente pessoas com histórico de doenças da sua família, pois esse também é um fator de risco. Nós orientamos que todos realizem avaliação médica anual, principalmente após os quarenta anos; sigam uma dieta balanceada, com baixa ingestão de sal e de açúcar; controle o seu peso; pratique atividade física; não fume; não consuma bebidas alcóolicas; não faça uso de medicamentos sem orientação médica; e beba, diariamente, pelo menos dois litros de água”, orientou o especialista do HGE.
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