Bia Alexandrino
Na contagem regressiva para o final do ano de 2021, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) consegue ultrapassar os 60 transplantes de córneas realizados em Alagoas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os dois últimos transplantes foram feitos nessa terça-feira (28), totalizando 61 transplantes de córneas este ano.
De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (RBT/ABTO), de janeiro a setembro deste ano, foram realizados 9.137 transplantes de córnea no Brasil. A taxa de não autorização familiar permaneceu estável em 40%, número muito alto, e a alta taxa de contraindicação chegou a 24%, refletindo a preocupação com o risco de transmissão de Covid-19, mas deve voltar aos níveis anteriores, que eram inferiores a 10%.
Com relação à pandemia causada pelo novo coronavírus, Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, esclarece que se o potencial doador estiver positivo para a Covid-19, a doação de órgãos é contraindicada. “Além disso, essa redução se deu por várias situações, tais como orientação do próprio Ministério da Saúde em suspender busca ativa e transplante de córneas, suspensão das cirurgias eletivas no estado, falta de leitos nos hospitais e adoecimento dos profissionais de saúde”.
Houve em 2021, com a vacinação contra a Covi-19, o reinício da recuperação das taxas de doação e transplante em 2021 com relação ao ano de 2020 (início da pandemia e país ainda sem vacinação), e o objetivo nacional é chegar ao final do ano de 2022 com as taxas semelhantes às de 2019, que foram as melhores na história dos transplantes no país.
Ainda de acordo com a ABTO, em 2019 foram realizados 10.995 transplantes de córneas no período de janeiro a setembro. Vale ressaltar que para a doação de córneas, a faixa etária do doador é de dois a 79 anos.
Em Alagoas foram realizados, em 2019, 69 transplantes de córnea. Já em 2020 foram realizados 34. E em 2021, até agora, esse número é de 61, o que representa um aumento de 79% em comparação com o ano anterior.
Orientações sobre transplante de órgãos
• No Brasil, para ser um potencial doador de órgãos, basta comunicar a família sobre o desejo, não sendo mais obrigatório deixar isso registrado na Carteira de Identidade.
• Para ser realizado o transplante de órgãos, além da autorização familiar, precisa ser constatada a morte encefálica do doador, que a é a parada irreversível da função do encéfalo, ou seja, é quando o cérebro para de funcionar. A morte cerebral permite a doação de órgãos e tecidos, mas a morte cardíaca, só a doação de tecidos.
• Qualquer pessoa pode ser doadora, exceto os portadores de doenças infecciosas ativas ou de câncer. E a doação não desfigura o corpo do doador.
• Para doadores vivos, o doador deve ter mais de 18 anos de idade e o receptor deve ser cônjuge ou parente consanguíneo até quarto grau (pais, filhos, irmãos, avós, tios ou primos). Se não houver parentesco, será preciso autorização judicial.
• A doação de órgão e tecidos não acarreta nenhum custo ou ganho material à família do doador nem do receptor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário