Evento faz parte da 70ª edição da Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC) que, pela primeira vez, será realizada em
Alagoas.
Nesta quinta (19) e sexta-feira (20), a Universidade
Federal de Alagoas (Ufal) Campus do Sertão será palco das atividades da SBPC
Educação. O evento faz parte da 70ª edição da Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC) que, pela primeira vez, será realizada em
Alagoas.
O evento tem como tema Ciência,
Responsabilidade Social e Soberania e acontece na Ufal, no campus A.C. Simões,
em Maceió,de 22 a 28 de julho, mas, devido a grande demanda, traz atividades
nos outros dois campi - Arapiraca, e do Sertão, em Delmiro Gouveia, nos dias 19
e 20.
A programação na Ufal Campus Sertão será aberta às
9h desta quinta-feira, com a presença do vice-reitor da Ufal e coordenador da
comissão local do evento, José Vieira, autoridades, além da antropóloga
Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, que recebe uma homenagem. “A programação
será composta de conferência de abertura e mesas-redondas focadas nas
metodologias de ensino, ou seja, vai ser um evento focado no ensino e para o
público que está ligado à educação e à sala de aula. E vamos convidar
profissionais de todos os municípios do entorno dos campi para
participar”, explicou o professor José Vieira.
As reuniões da SBPC têm o objetivo de
debater políticas públicas nas áreas de CT&I e difundir avanços da Ciência
em diversas áreas do conhecimento para a população. Com base nisso, o
presidente da entidade comentou sobre a importância de se melhorar a educação
pública e, em especial, a educação científica no País, algo que ele classificou
como grande desafio e reforçou que é direito de cada brasileiro, principalmente
dos jovens, ter a oportunidade de adquirir conhecimentos e práticas básicas,
bem como de informações sobre CT&I.
“Não só de seu funcionamento, mas também seus
riscos e limitações. Isto lhes dá condições de entender melhor o seu entorno,
ampliar suas oportunidades profissionais e lhe possibilita uma atuação cidadã
mais qualificada”, disse Ildeu Moreira.
Em Alagoas, o avanço em CT&I já é realidade.
Dados divulgados pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), durante o Seminário dos Coordenadores Regionais da Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), ocorrido em setembro de 2017 em
Brasília, apontaram que, em 2015, o Estado ocupava a 23ª colocação em
ações de popularização da ciência e agora se posiciona em 8º lugar.
“O salto em ações dessa temática demonstra para nós
que isso é uma realidade, que precisamos reforçar ainda mais e continuar
apoiando. É importante, também, pois mostramos o potencial do Estado e que a
CT&I não é uma coisa tão distante de nós alagoanos”, enfatizou o
diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas
(Fapeal), Fábio Guedes.
Já na visão de Ildeu Moreira, a Ufal e a Fapeal têm
desempenhado papeis decisivos para esse desenvolvimento em Alagoas. “O avanço
da CT&I no Estado tem sido, de fato, bastante significativo e é importante
que prossiga este crescimento na produção científica e que o sistema estadual
de CT&I se consolide cada vez mais. A Reunião Anual da SBPC pode
ajudar em dar mais visibilidade ao que já se tem feito e também possibilita um
debate mais amplo sobre a situação de ciência, educação, tecnologia e inovação
no País e sobre como Alagoas se insere e participa deste esforço permanente de
aprimoramento da ciência”, apontou.
O professor José Vieira salientou que o fato de
Alagoas vir formando e recebendo maior número de doutores – seja pela expansão
da Ufal como pela consolidação das universidades estaduais – e o trabalho
realizado pela Fapeal no sentido de dar transparência a editais voltados ao
estímulo do desenvolvimento da pesquisa também explicam o recente avanço em
áreas de CT&I.
“A Universidade Federal tem cumprido o papel de
renovar seus quadros, expandir com novos cursos e novos projetos, as estaduais
também consolidando seu quadro e de certa forma, talvez numa proporção menor,
as particulares. A pesquisa, independente de onde esteja, atinge a todos de
modo geral.”
SBPC
Afro-Índígena
O evento reúne ainda a SBPC Afro-Indígena, que
envolve comunidades quilombolas e remanescentes indígenas do Estado. Em Delmiro
Gouveia, acontece nos dias 23 e 24 de julho, com uma programação composta de
atividades culturais, palestras, exposição e vendas de livros e artesanatos com
temáticas étnicos raciais afro e indígena.
O professor José Vieira considera a
SBPC Afro-Indígena um grande
diferencial. “Isso é muito significativo, pois estamos num contexto recente em
que a Serra da Barriga foi tombada como patrimônio cultural do Mercosul e evoca
toda uma história de resistência, tanto de ex-escravos como de indígenas que
nesse contexto da expansão do açúcar e da cultura canavieira acabaram
incorporados a esse setor produtivo de forma coercitiva, mas resistindo de
diversas formas, inclusive com os famosos mocambos, quilombos”, comentou.
Veruscka Alcântara, Jornalista, com informações da
Ascom Ufal
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