Unidades são mais modernas e cinco vezes maiores que os centros do tipo I, direcionadas a municípios estratégicos e mais populosos
Pilar será um dos primeiros municípios alagoanos a receber um CISP do tipo II Fotos: Ascom SSP e André Palmeira |
Texto de Vanessa Siqueira
Integrar as polícias Civil e Militar foi uma das missões da
Segurança Pública nos últimos quatro anos. Os Centros Integrados de
Segurança Pública (CISPs) consolidam esse trabalho e, com 16 unidades do
tipo I em funcionamento e outras cinco em construção, o Governo do
Estado avança nesse trabalho lançando as unidades do tipo II, cinco
vezes maiores que as anteriores. As primeiras serão inauguradas em Pilar
e Teotonio Vilela.
Nos municípios onde já estão em funcionamento as unidades do tipo I, o
percentual de redução de homicídios chega a quase 70%, segundo o Núcleo
de Estatística e Análise Criminal (Neac), da Secretaria de Estado da
Segurança Pública (SSP).
Já as unidades tipo II nascem com a proposta de atender municípios
mais populosos e que possuem localização estratégica para as ações da
Segurança Pública. Nos dois prédios que estão em construção, foram
investidos R$ 16.830.344,36 milhões em recursos próprios do Tesouro
Estadual.
Ambos terão 1.340 metros quadrados de área construída e várias
diferenças com relação aos CISPs tipo I. A Polícia Militar terá sala
para a Inteligência, de planejamento de operações, posto de
identificação, centro de operações (Copom), alojamento para oficiais e
praças divididos para homens e mulheres, vestiários, sala de reuniões,
reserva de armas e depósito. A Polícia Civil terá sala para o chefe de
operações, cartório distrital e regional, depósito, alojamentos para
delegados e agentes e sala de reuniões. Na área comum haverá copa,
recepção, sala para confecção de Boletim de Ocorrência, auditório,
depósito e refeitório.
As celas são um dos diferenciais das unidades do tipo II. Os novos
Centros Integrados passam a comportar até 32 presos, divididos em cinco
celas para presos do sexo masculino, feminino e para menores. Nas
unidades tipo I, a capacidade é para até quatro presos por cela. Pilar e
Teotonio também contarão com uma sala de identificação, fundamental
para que a Polícia Civil consiga confirmar a identidade de suspeitos de
crimes preservando as testemunhas.
A estrutura foi pensada para abrigar um efetivo maior das polícias
Civil e Militar. A Força Tarefa também será implantada, o que dobrará o
efetivo policial nas regiões, facilitando as operações para coibir
assaltos e homicídios.
Em Teotonio Vilela, mais de 43 mil habitantes, segundo o IBGE, serão
beneficiadas diretamente com as ações de segurança. Já Pilar possui mais
de 35 mil habitantes e já sofreu com os altos índices de criminalidade
registrados no município. A cidade chegou a estar entre os municípios
com maior índice de homicídios do país na última década. Desde que a
Secretaria da Segurança Pública tomou medidas para combater o crime
organizado na cidade, os números vêm sendo reduzidos. Em outubro deste
ano, não foram registrados homicídios e, comparando com os números
registrados no ano passado, houve redução.
A comerciante Maria F. da Silva, de 60 anos, vive a expetativa da
inauguração do Centro Integrado de Segurança. Ela conta que já teve seu
estabelecimento assaltado seis vezes e vê com bons olhos a iniciativa do
Governo do Estado em investir em mais segurança.
"Com o CISP, a gente que é comerciante espera melhorar muito a
segurança. Quando dá seis horas a gente fecha com medo de sofrer um
assalto. Eu já fui assaltada, tive arma apontada na cabeça, mas tenho fé
que a segurança melhore e a violência caia, já que teremos mais
policiais nas ruas", disse.
O secretário da Segurança Pública, Lima Júnior, explica que as
unidades do tipo II foram pensadas para abrigar um efetivo maior das
polícias e os municípios que recebem o equipamento possuem função
estratégica no combate ao crime em Alagoas. Ele acredita que, assim como
as demais unidades já em funcionamento, elas terão resultados
significativos de redução de crimes.
“Esperamos que as unidades do tipo II contribuam ainda mais para a
redução da criminalidade no Estado. Pilar e Teotonio Vilela foram
escolhidos estrategicamente visando beneficiar as ações de repressão ao
crime nas regiões que estão inseridas. É uma estrutura bem mais ampla
que as unidades que já foram feitas e com certeza darão ótimos
resultados”, avaliou.
O comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Marcos
Sampaio, falou que os novos CISPs devem apresentar grandes resultados.
“A expectativa da implantação do CISP II é a melhor possível já que mais
serviços poderão ser apresentados à sociedade, aumentando a amplitude
dos já prestados atualmente pelo CISP I. Dessa forma, poderemos atingir
mais pessoas e cobrir um território ainda maior”, explicou.
Já o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, avalia que os
CISPs tipo II irão ter maior efetividade no combate ao crime em cidades
mais populosas. “Esses CISPs são muito esperados para que se possa
reduzir a violência nessas cidades. Junta-se a isso a integração
consolidada nas unidades do tipo I e o consequente aumento da capacidade
de trabalho, garantindo uma sociedade cada vez mais segura”, finalizou.
Agência Alagoas
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